Filme acompanha a busca da erva-mate perdida

O filme “Mateína - A Erva Perdida” começa despretensioso. Mas à medida que a narrativa se desenrola, o espectador passa a torcer pelos protagonistas, os vendedores Moncho (Diego Licio) e Fico (Federico Silveira). Rodado no Uruguai, a trama se passa em um futuro distópico. A população é surpreendida com a proibição do consumo de erva-mate, o que causa enorme frustração. Confrontar um hábito que vem de tradição guarani afronta a identidade do povo. 
Rumores correm de que sementes da erva podem ser encontradas no Paraguai. Dois vendedores decidem rumar para lá. A partir daí, o filme se torna um road movie com toques de humor. A direção é da dupla Joaquín Peñagaricano e Pablo Abdala Richero, que também assina o roteiro. Nesta sexta-feira, o filme terá uma sessão comentada às 19h, com a presença dos diretores. O evento ocorre na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim da Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736). 
Exibido no 12º Festival de Cinema da Fronteira, em dezembro do ano passado em Bagé, saiu como o vencedor dos prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator para Diego Licio. O elenco conta ainda com Cesar Troncoso como um policial.
Além do mistério em torno da proibição, a questão econômica também entra em cena. Qual o motivo do produto sumir do mercado? É preciso assistir ao filme para saber. Outra reflexão sobre o assunto vem da boca de um personagens: “Para que trabalhamos? Para depois podermos sentar e apreciar um mate”. Isso mostra que pequenos prazeres não devem ser desprezados. Apesar de ser uma coprodução em conjunto com Argentina e Brasil, um dos pontos altos de “Mateína” é ser um filme genuinamente uruguaio, em sua paisagem, ritmo e temática.