Filme biográfico sobre Anne Frank chega em forma de apelo aos refugiados

Filme biográfico sobre Anne Frank chega em forma de apelo aos refugiados

Longa foi apresentado em mostra paralela da Berlinale nesta terça

AFP

Atriz Lea van Acken interpreta Anne Frank na produção

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O primeiro longa-metragem biográfico alemão dedicado ao trágico destino de Anne Frank estreou na Berlinale e é também um apelo "a uma atitude mais positiva em relação aos refugiados" que chegam diariamente na Europa. "Se o nosso filme sobre o destino de uma família judia perseguida e aniquilada pode contribuir para uma atitude mais positiva em relação aos refugiados, então todos nós podemos nos orgulhar", declarou Fred Breinersdorfer.

Ele é o roteirista de "Das Tagebuch der Anne Frank" ("O diário de Anne Frank") e mostra seu ponto de vista em um momento em que o continente enfrenta uma crise migratória sem precedentes desde o final da Segunda Guerra Mundial. "As perseguições, expulsões e destruição são coisas que não podemos simplesmente nos livrar", acrescentou.

O filme, exibido terça à noite em uma seção paralela à competição oficial, conta a história da adolescente judia de 13 anos e sua família, todos forçados a fugir para a Holanda após a chegada ao poder dos nazistas em Berlim. Mas em 1940, o exército alemão invadiu o território holandês, forçando a família Frank a se esconder a partir de 1942, quando sua irmã Margot foi condenada a ir a um campo de trabalhos forçados.

Em seu diário, a jovem Anne descreve sua vida na clandestinidade, entre junho de 1942 e agosto de 1944, quando sua família foi denunciada. Crônica da vida dos judeus perseguidos na Europa sob o jugo nazista, o caderno foi publicado em holandês em 1947 por seu pai, o único sobrevivente da família.

Desde então, mais de 30 milhões de cópias foram vendidas em todo o mundo e o livro foi objeto de várias adaptações, no teatro, cinema e televisão. "Quando contamos sobre o seu destino hoje (...), que citamos a frase 'aquele que salva uma vida, salva a humanidade' (tirada do Talmud, um dos textos fundamentais do judaísmo), então, como autores do filme, realizamos uma grande coisa", declarou Walid Nakschbandi, co-produtor.

Uma vida "roubada"

"Nós acreditamos que (...) seria muito importante ter um filme em uma linguagem moderna, e também em alemão, porque a família vivia na Alemanha há 400 anos", indicou Yves Kugelmann, um membro do Fundo Anne Frank, organismo detentor dos direitos do livro. Com sede em Basileia (Suíça), a instituição abriu seus arquivos para a equipe de filmagem que teve acesso a 100 mil documentos: textos, objetos, fotografias. Assim, todas as cenas tinham sua própria "fonte", insistiu Hans Steinbichler, o diretor.

"Para mim, era importante remover de Anne Frank (...) esse status sagrado... Porque era a única maneira de fazer passar a mensagem de que o que foi roubado dela foi uma vida normal", explicou. É a jovem Lea van Acken, de 16 anos, que interpreta uma Anne no auge da adolescência.

A atriz alemã declarou na terça-feira ao jornal Bild que releu de maneira aprofundada a obra para melhor entrar no papel. "Mas eu estava sentada na minha cama e simplesmente não podia embarcar. Senti de repente que era arrogante de minha parte tentar me colocar no seu lugar", disse ela.

Ela então decidiu escrever "cartas para Anne onde dizia coisas sobre mim", revelou a jovem com o cabelo raspado a fim de filmar a cena mostrando a chegada da adolescente em Auschwitz. Anne Frank morreu de tifo no campo de concentração de Bergen-Belsen no norte da Alemanha, em 1945.

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