Filme "I, Daniel Blake" leva Palma de Ouro em Cannes

Filme "I, Daniel Blake" leva Palma de Ouro em Cannes

Trama conta sobre a injustiça social na Inglaterra

AFP

Trama conta sobre a injustiça social na Inglaterra

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"I, Daniel Blake", uma implacável narrativa sobre a injustiça social na Inglaterra, do diretor britânico Ken Loach, levou neste domingo a Palma de Ouro, prêmio máximo do 69º Festival de Cannes. "Outro mundo é possível e necessário!", disse o diretor de 79 anos, ao receber a recompensa, a segunda Palma de Ouro de sua longa carreira dedicada ao cinema social.

Em seu discurso de agradecimento ao festival e a toda a sua equipe, Loach aproveitou a oportunidade para fazer uma crítica enérgica aos riscos do neoliberalismo. "O mundo em que vivemos está em uma situação perigosa, à beira de um projeto de austeridade que chamamos de neoliberal, que corre o risco de nos levar à catástrofe", disse. "Deve-se dizer que outro mundo é possível e, até mesmo, necessário", prosseguiu, falando em francês e em inglês, após ter alertado contra o retorno da extrema direita.

Grande Prêmio


O diretor canadense Xavier Dolan, de 27 anos, faturou neste domingo o grande prêmio de Cannes por "It's only the end of the world", um drama familiar sobre um escritor homossexual que sabe que vai morrer e decide anunciá-lo a seus familiares. O roteiro é uma adaptação de uma obra de Jean-Luc Lagarce, escrita em 1990, nos terríveis anos da Aids.

O longa conta a história do bem sucedido autor de teatro Louis, interpretado por Gaspard Ulliel, um homossexual, que reencontra a família após 12 anos de afastamento para anunciar sua morte próxima. Este é o sexto longa-metragem de Xavier Dolan, jovem prodígio e queridinho de Cannes.

"Tudo o que fazemos na vida, o fazemos para sermos amados, para sermos aceitos", declarou, chorando, o diretor, ao receber o prêmio. "Eu espero realmente não tê-lo decepcionado onde quer que ele esteja", afirmou o jovem diretor em alusão a Lagarce, que morreu de Aids em 1995.

Melhores Diretores

O romeno Cristian Mungiu, com "Bacalaureat", e o francês Olivier Assayas, com "Personal Shopper", compartilharam, neste domingo, o prêmio de melhor diretor do Festival de Cannes.

Em "Bacalaureat", Cristian Mungiu retrata uma sociedade romena devastada pela corrupção, enquanto "Personal Shopper", dirigido por Olivier Assayas, conta a história de uma jovem que tenta entrar em contato com o fantasma de seu irmão.

Brasil sai de mãos vazias

Apesar de aplaudido, "Aquarius", dirigido pelo brasileiro Kleber Mendonça Filho e com Sônia Braga no papel principal, saiu da mostra de mãos vazias.

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