Filme sobre Nina Simone estreia em dezembro nos Estados Unidos
Após cinco anos de polêmicas, "Nina" vai ser finalmente lançado ao público
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O filme já foi adiado por cinco anos, trocou de atores e enfrentou a crítica da opinião pública. A cantora Mary J. Blige originalmente interpretaria a artista - ainda em 2010, quando o longa foi anunciado -, mas desistiu do papel por indisponibilidade para as gravações. Foi então substituída, já em 2012, por Zoe Saldana, que foi fortemente repreendida pelos fãs e críticos da indústria cinematográfica por seu tom de pele e falta de experiência com o canto. Lisa Simone Kelly, filha de Nina, foi uma das pessoas que se mostrou contra a escolha.
Zoe, de 36 anos, comentou, em julho deste ano, que não se sentiu a pessoa certa para o papel ao receber o convite para atuar na produção. “Eu não achava que Elizabeth Taylor era a opção correta para ser Cleopatra, mas eu mudei meu pensamento. Uma artista não tem cor, não tem gênero. É algo mais complexo do que isso. A verdade é que se escolhe uma atriz que esteja disposta a se sacrificar. Eu resolvi contar a história de Nina porque ela merece”, desabafou à revista InStyle na época.
A cinebiografia conta a batalha de Nina para equilibrar seu ativismo social e a carreira consolidada como cantora, que inclui 15 nomeações ao Grammy e música lendárias como "Feeling Good" e "My Baby Just Cares For Me." O filme também aborda o isolamento da personalidade enquanto viveu na França, onde encontrou seu assisente Clifton Henderson, que será interpretado por David Oyelowo.
Escrito e dirigido por Cynthia Mort, o longa enfrentou também uma batalha judicial em 14 de maio de 2014, quando a cineasta processou a produtora britânica Ealing Studios Enterprises Limited, alegando que a companhia violou os termos de seu contrato. Ela afirmou, na oportunidade, que foi cortada do processo de decisão sobre locais gravações e elenco. Um dia depois do processo, “Nina” foi exibido no Festival de Cannes, exclusivamente para distribuidores.
Apesar das polêmicas, Robert L. Johnson, presidente da RLJ Entertainment, demonstrou seu entusiasmo por deter os direitos de distribuição do longa e sua conexão com a estrela que a película retrata. “Eu tive o privilégio de ter trabalhado com Ms. Simone no início da minha carreira e de saber em primeira mão sobre a contribuição dela para a alma e emoção do movimento pelos direitos humanos”, relatou em uma comunidade. Ele ainda comentou que “o legado e a história” da artista vão estar disponíveis em “diferentes mídias nos próximos meses”.