Florença inicia homenagens pelos 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci

Florença inicia homenagens pelos 500 anos da morte de Leonardo Da Vinci

Exposição apresenta um dos mais famosos manuscritos do artista

AFP

Moderno sistema multimídia foi instalado para a consulta de manuscritos

publicidade

Com a exposição de um dos mais famosos manuscritos de Leonardo Da Vinci, o Código de Leicester, a cidade italiana de Florença inaugura as homenagens pelos 500 anos da morte do gênio da Renascença nesta segunda. Como celebração a um dos artistas mais talentosos da História, do qual se pode admirar a capacidade de combinar arte com ciência, beleza com mecânica, natureza com proporções, a famosa Galeria dos Ofícios de Florença obteve por empréstimo o Código Leicester por parte do magnata americano Bill Gates, proprietário do manuscrito desde 1994.

"Não podemos dizer se Bill Gates visitará a exposição", reconheceu Eike Schimdt, diretor da Galeria dos Ofícios, após agradecer novamente o empréstimo do fundador da Microsoft. Escrito ao contrário com a ajuda de um espelho, Da Vinci reúne boa parte dos seus conhecimentos científicos no livro de 72 páginas e 360 ilustrações e desenhos. Elaborado entre 1506 e 1508 em Florença e Milão, o manuscrito chegou na semana passada em uma embalagem especial dentro de uma caixa e escoltado dos Estados Unidos para a inauguração da exposição que tem como lema "O Código Leicester de Leonardo da Vinci: a água, microscópio da natureza".

Este documento é o único dos grandes códigos de Da Vinci que não é propriedade do Estado e foi adquirido em um leilão por Gates de seu dono anterior, Armand Hammer, por 30 milhões de dólares, convertendo-se no livro ou documento mais caro do mundo. A última vez que esse código de Leonardo Da Vinci foi exibido na Itália foi em Veneza, em 1995, durante a exposição dedicada ao mestre italiano.

Codescope, uma inovação multimídia

Para entender o excepcional texto, foi instalado na nova Sala Magliabechiana dos Ofícios um moderno sistema multimídia através do qual pode-se consultar as 36 folhas, com a característica escrita de espelho usada por Leonardo e conservadas em vitrines com tecnologia que mantém constante a temperatura e umidade. Graças ao inovador "Codescope", um tipo de tela moderna, é possível "navegar" dentro do código e, sobretudo, pela sábia mente de Da Vinci.

"O Código Leicester representa todo o pensamento de Leonardo. Quando é pintor é cientista, e quando é cientista é pintor também. Não se trata de culturas diferentes. Trata-se de um modelo para os nossos dias em plena era digital", reconhece Schmidt. A sabedoria do grande mestre, que foi arquiteto, botânico, cientista, escritor, escultor, filósofo, engenheiro, inventor, músico, poeta e urbanista, está plasmada em suas ideias originais e em seus conselhos, escritos a mão pelo próprio Leonardo e em italiano, nos quais mistura observações e teorias.

Entre os muitos argumentos tratados, aborda o movimento da água, o fluxo dos rios, recomendações ao construir pontes para evitar a erosão, e explica a existência de fósseis marinhos nos cumes das montanhas. Também traz desenhos de engenharia para mergulhadores e submarinos, e explica a luminosidade da lua e o motivo pelo qual o céu é azul. Revisa a teoria do dilúvio universal e faz um catálogo da variedade infinita de movimentos da água.

"Tem sido um verdadeiro desafio. Porque é um texto muito complexo para a sua divulgação (...) Teria que isolar os temas fundamentais: água terra e movimento, e depois, com a ajuda dos sistemas multimídia, a parte gráfica e os desenhos, para ser entendido pelo público que não é especializado", explicou Paolo Galluzzi, diretor do Museu Galileu de Florença e um dos maiores especialistas no "gênio dos gênios".

Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta quarta-feira, dia 1 de maio de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895