Foto de refugiados na fronteira húngara vence o World Press Photo

Foto de refugiados na fronteira húngara vence o World Press Photo

O australiano Warren Richardson, vencedor do prêmio, ficou cinco dias acampado na Hungria

AFP

Intitulada "Esperança de Uma Nova Vida", imagem vencedora foi capturada sem flash, para não denunciar os refugiados à polícia

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Uma foto de um homem e um bebê sob uma cerca de arame farpado na fronteira Sérvia-Hungria, feita pelo australiano Warren Richardson, venceu o World Press Photo, um dos prêmios de maior prestígio do fotojornalismo. 

A imagem em preto e branco, com o título "Esperança de uma nova vida", foi feita pelo fotógrafo independente na noite de 28 de agosto de 2015, quando alguns refugiados tentavam entrar na Hungria. O bebê passa de mão em mão sob a cerca de arame farpado instalada entre Horgos, na Sérvia, e Roszke, na Hungria. 

A foto de Warren Richardson é "poderosa por sua simplicidade", disse o presidente do júri e diretor de fotografia, Francis Kohn. "Vimos esta foto cedo (no processo de seleção) e soubemos que era uma imagem importante", completou. Para Huang Wen, membro do júri e diretor de desenvolvimento de novas mídias da agência chinesa Xinhua, a foto é "perturbadora". "Você observa a ansiedade e a tensão de forma sutil. A imagem mostra a emoção e os sentimentos de um pai que tenta introduzir o filho no mundo ao qual deseja pertencer". 

Na noite da foto, depois de passar cinco dias acampado com os refugiados, Warren Richardson viu a chegada de quase 200 pessoas que se deslocavam escondidas entre as árvores, ao longo da linha de fronteira. Primeiro fizeram passar as mulheres e as crianças, depois os pais de família e os idosos. "Brincamos de gato e rato com a polícia a noite toda", disse o fotógrafo, citado no comunicado da World Press Photo.  

"Eram três da manhã quando fiz a foto. Não podia usar o flash, porque a polícia tentava encontrar estas pessoas. Aproveitei apenas a luz da lua", explicou o australiano. 

Na categoria "Notícias Gerais", o grande vencedor foi o brasileiro Mauricio Lima, que trabalha como freelancer para o jornal New York Times, com uma fotografia que mostra um combatente do grupo Estado Islâmico de 16 anos, gravemente queimado e durante o atendimento em um hospital curdo da Síria. 

O júri examinou 82.951 fotos, apresentadas por 5.775 fotógrafos de 128 países. O júri, composto por 18 pessoas, premiou 41 fotógrafos de 21 nacionalidades em sete categorias.

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