Gaúcho Edu Berdí lança álbum no Theatro São Pedro

Gaúcho Edu Berdí lança álbum no Theatro São Pedro

Luciamem Winck

Edu Berdí: "A inspiração para compor é multifatorial"

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O cantor e compositor Edu Berdí, que está em meio ao lançamento do seu segundo trabalho, é um dos artistas mais tocados nas rádios do Rio Grande do Sul dentro do gênero Pop durante os últimos meses, alcançando várias vezes o topo diário na execução com a sua música “Indecisão”. Edu lidera o período, ultrapassando artistas já consagrados, como Melim, Jão, Iza e outros. O cantor está preparando um grande show para o lançamento do álbum “Quase Paralelas”, que será no Theatro São Pedro, no dia 6 de julho, às 20h. O disco estará disponível nas plataformas no dia 23 de julho. A marca atingida nas rádios é apontada pela plataforma Connect Mix, usada pela indústria fonográfica para acompanhar o desempenho dos artistas nas rádios do país.

 
Edu, como e quando a música entrou na tua vida?
A música entrou na minha vida desde muito cedo. Me lembro perfeitamente de eu ter cinco anos e o meu irmão mais velho, com sete anos, já estar fazendo aula de violão. Isso era o meu maior desejo. A professora de violão só aceitava crianças que já estivessem na 2ª série para iniciar com as aulas. Era meu grande sonho. Além disso, a minha casa de infância sempre foi muito musical. Tanto o meu pai quanto a minha mãe eram muito musicais. Minha mãe tocava violão e acordeão desde a adolescência. Meus pais tinham um gosto eclético e escutavam Frank Sinatra, ópera, música clássica e música popular brasileira, com ênfase nos grandes compositores como Chico Buarque, Tom Jobim e companhia. Além disso, minha babá, que é minha segunda mãe, era alucinada por Júlio Iglesias e Roberto Carlos. Então isso tudo eu escutei durante a minha infância. Aí começou a se formar a minha essência musical. Essa mistura linda.


Onde buscas inspiração para compor tuas canções?
A inspiração para compor é multifatorial. Durante a minha adolescência, eu pretendia fazer grandes baladas parecidas com a das grandes bandas que eu acompanhava na época, como Guns, Bon Jovi e Aerosmith. Já no final da adolescência, apaixonado pela MPB, comecei a compor o mais próximo possível que eu conseguia do Chico Buarque e também de grandes compositores do samba. Tenho várias músicas que variam dentro desses estilos. Uma outra inspiração que vem desde cedo para compor, principalmente melodias românticas, é o Roberto Carlos. E para este próximo trabalho que está chegando, busquei encontrar um caminho de composição que reunisse um pouco de tudo isso com esse som mais atual dessa galera da nova MPB, procurando situar o meu som em uma "prateleira" que tem uma vibe pop, romântica e contemporânea.

O violão é o teu melhor companheiro? Qual a importância do instrumento durante os momentos de reclusão impostos pela pandemia?
O violão é o meu grande companheiro há muitos anos. Como minha relação com o violão sempre foi muito intensa, a pandemia não chegou a mudar a frequência e a intensidade dessa relação. O que aconteceu nos últimos anos, independente da pandemia, é que antes, por muito tempo, eu pegava o violão essencialmente para tocar e cantar músicas que eu gostava ou que tivesse composto há tempos. Atualmente, o pego muitas vezes com a intenção de trabalhar uma nova harmonia e melodia. 


Com o que te preocupas primeiro: com a letra ou com a melodia?
Muito tempo antes da letra vem a melodia e sempre foi assim, porque sempre entendi que esse deveria ser o meu processo. Me importar primeiramente com a parte musical da canção. No segundo momento, se eu conseguisse encontrar as palavras certas, eu mesmo colocaria letra. No caso de tentar e não conseguir gostar de nada que eu mesmo estivesse escrevendo, começava a busca pelos parceiros. Tenho alguns parceiros letristas e adoro o estilo de cada um deles. Algumas vezes me desafiei a compor uma melodia em cima de uma letra já existente, mas não minha, e sim entregue a mim por alguns dos meus parceiros. Deu certo. Mas eu escrever a letra antes e depois buscar uma melodia, isso nunca aconteceu e creio que nunca acontecerá, pois não é o meu processo natural de composição.


Já ocorreu alguma situação em que o som começou como uma intenção e terminou de outra forma? 
Na canção "Indecisão", música que lancei em fevereiro, aconteceu exatamente isso. Nasceu instrumental e para ser instrumental. Neste caso eu fazia a melodia desenhada em cima da harmonia, tudo no violão, e eu era gamado por essa música. Entretanto, o tempo foi passando e eu fui entendendo que no atual momento, a música instrumental tem muito pouco espaço e eu gostaria que as pessoas tivessem mais chance de conhecê-la. Daí, me veio a ideia de que a melodia mereceria palavras e aí convidei uma grande amiga para compor a letra e não me arrependo em nada de ter transformado essa música instrumental nessa canção que eu adoro tanto.


Recentemente lançaste a música Indecisão, o primeiro single autoral do álbum "Quase Paralelas", que terá oito músicas – seis inéditas e duas regravações, uma de Chico Buarque e Tom Jobim - e será lançado em junho. Fala um pouco sobre a música e como ela surgiu.
Então foi exatamente com a música "Indecisão", lançada em fevereiro, que se deu esse processo de transformar uma música que durante muito tempo foi instrumental em uma música com letra, resultando na canção. Lembro bem que eu estava numa viagem de férias na cidade de Urubici em Santa Catarina quando as primeiras notas dessa melodia me brotaram, ou melhor brotaram no meu violão e ele me entregou as primeiras notas e daí me desafiei a buscar o resto da melodia, que não foi tão fácil de encontrar, mas ainda nessa viagem de três a quatro dias, terminei de compor por inteira a melodia e harmonia de "Indecisão", que só veio a ter letra uns três anos depois. 

 

Musicalmente falando, sempre foste foi talentoso e apaixonado. Ainda menino, começaste a interpretar canções de Roberto Carlos – violão e voz. Depois, passaste por uma fase de curtir Guns 'N' Roses, sem deixar de lado a MPB. A música jamais se afastou de ti?
Exatamente isso. Desde que a música grudou em mim definitivamente quando eu tinha sete anos, ao começar com as aulas de violão, não lembro de nenhuma fase da vida em que de fato a música tenha ficado de lado. E sim. Essa é resumidamente a linha de tempo da minha história musical. Quando eu era criança, mais da metade das músicas que eu gostava de cantar eram do Roberto Carlos. Aí com a chegada da adolescência, o Guns N’ Roses e bandas afins tomaram o maior espaço dentro do meu coração musical. Já no final da adolescência, início da fase adulta, me foram apresentados de maneira mais robusta os grandes compositores e artistas da música popular brasileira e do samba e esse foi meu foco por muito tempo. Me apresentei em público uma vida inteira. Na infância, em quase todos os eventos relacionados às comemorações de colégio. Depois na adolescência, tive bandas de rock e me apresentava em bares e festivais. Um pouco depois, tive bandas de MPB e samba, com a qual eu tocava em muitas casas noturnas e muitos eventos fechados. E foi depois dessa última fase, que resolvi encarar a carreira também como compositor das músicas com as quais passei a me apresentar. E essa foi uma virada de chave, porque a partir desse momento eu praticamente deixei de me apresentar em bares e em festas cantando principalmente músicas já consagradas e passei a oferecer para as pessoas, através de shows para palcos de casas de show e teatro, as minhas próprias canções, as que eu de fato estava lançando nas plataformas digitais através dos meus singles e álbuns.

 

Quando o Eduardo Herz Berdichevski saiu de cena para o "nascimento" de Edu Berdí. Como ocorreu a escolha do nome artístico?

Gostei da pergunta. O que ocorre, de fato, é basicamente como se eu tivesse duas personalidades. O Eduardo Herz Berdichevski está sempre de prontidão para assumir quando o Edu Berdí sai de cena e vice-versa. Separo bem a minha vida profissional artística da minha vida pessoal. Tanto é assim, que o que eu entrego nas redes sociais para as pessoas que me seguem é praticamente 100% relacionado à música, com vídeos cantados principalmente, chamadas para os lançamentos dos singles, do álbum que estão eventualmente acontecendo, como é o caso desse momento atual, e também conteúdo artístico de outras pessoas que me encantam e que compartilhar com o meu público. E não necessariamente musical. Arte em geral, de outras pessoas, que me encante, tem espaço na minha troca com meu público. Eu entendo que como artista a minha missão é de entregar com a máxima verdade que tenho dentro de mim, a música e as interpretações que sou capaz de dar também a músicas já consagradas. Pelo menos é assim que sinto agora. Se, lá na frente, eu passar a entender que devo misturar mais o Eduardo Herz Berdichevski com o Edu Berdí, então eu posso mudar tranquilamente essa maneira de pensar. O nome artístico veio praticamente ao natural. A maioria das pessoas das minhas relações pessoais ou me chamavam de Dudu ou me chamavam de Berdi. Dudu é apelido que vem desde a infância. Berdi já é um apelido conquistado na faculdade. Entretanto, na escolha do nome artístico eu achei mais interessante usar o Edu, que também é um apelido pelo qual era chamado, ainda que em menor quantidade em relação ao Dudu. Já o Berdi é uma abreviação do meu último sobrenome. Entretanto, como a sílaba tônica variava muito dependendo de quem me chamava, achei importante acentuar o “i” para tentar homogeneizar a forma com a qual as pessoas me chamam. Ainda assim, mesmo com o acento, há gente que quando vai me chamar pela primeira vez troca completamente a tônica do nome (risos).


Na adolescência, participaste de bandas de hard rock, ganhando prêmios de melhor vocalista em alguns festivais estudantis. Como foi esse período?
Ah, esse período foi muito legal. Foi a descoberta de uma nova forma de me expressar. Até aquele momento eu havia me apresentado diversas vezes em eventos do colégio, nas quais todo público participante estava ali também fazendo parte de uma atividade, vamos chamar de "obrigatória". Além disso, nessa fase, tocava em casa para minha família e para amigos dos meus pais quando os visitavam. A partir da época da banda de rock da adolescência pude sentir o gosto de estar em cima de palcos tocando para um público que estava ávido por aquele tipo de som e aquele tipo de apresentação. E essa energia foi inédita, completamente diferente daquela sentida anteriormente. E participar e ganhar festivais na modalidade de melhor vocalista nesse períodos também foi muito recompensador. Já me entendia como um bom intérprete e já naquela fase ter um primeiro reconhecimento desse atributo foi muito incentivador e encorajador para continuar trilhando esse caminho. Sempre toquei violão ou guitarra, mas meu maior atributo sempre foi cantar e interpretar as canções, seja na época do rock, da minha entrada na MPB e samba e no momento da minha infância em que eu principalmente cantava músicas românticas e agora que, de novo, me dedico principalmente às canções diretamente ligadas ao coração.

 

Como foi tua infância, onde nasceste?
Sou de Porto Alegre e considero que tive uma infância muito feliz. Tinha uma família que vivia muito junta, com uma casa em harmonia, tendo um irmão mais velho e uma irmã mais nova. Sempre fui muito sociável e sempre tive muitos amigos. Em termos de atividade, poderia resumir a minha infância em duas coisas: música e futebol. Se eu não estava com a bola, eu estava com o violão e vice-versa. Era uma dobradinha infalível para mim. Chegava a jogar futebol, vou chutar agora, umas 4 horas por dia, todos os dias, e as demais horas em que eu não estava dormindo ou comendo ao redor da mesa com, em família, provavelmente eu estava tocando e cantando. Meu irmão também sempre tocou e minha irmã, durante a infância e adolescência foi a mesma coisa. Nós três tivemos a mesma professora de violão, a saudosa Yedda Leite, e cantávamos e tocávamos o tempo inteiro. Às vezes juntos e às vezes cada um na sua. Fico imaginando agora a sensação dos meus pais na época. Devia ser muito bacana abrir a porta do corredor que dava acesso aos quartos e ouvir gente cantando, tanto do quarto da minha irmã quanto do meu quarto que eu dividia com o meu irmão. Eles sempre nos incentivaram muito a ter a música grudada em nós e acho que deu certo. Todos nós três somos aficionados por música.


Como estás lidando com a fama, considerando que tuas músicas, considerando que a cada lançamento são milhares de ouvintes nas redes sociais?
Olha, falar exatamente a respeito de fama, não sei se me sinto assim, na compreensão mais popular da palavra. E penso que mesmo que eu venha a me sentir assim, famoso, tenho a impressão que a maturidade que a vida já me deu fará com que eu não viva a vida acerca desse sentimento; que eu vou manter a minha essência dominando com tranquilidade essa existência, por assim dizer, "famosa". Risos. Sobre o meu crescimento em termos de relevância musical, fico muito satisfeito, porque a minha missão sempre foi essa, a de entregar música para as pessoas, principalmente músicas inéditas, minhas ou minhas com parceiros ou até mesmo só de parceiros, mas inéditas. E poder entregar isso para o maior número de pessoas e tocar as pessoas, tocar os corações das pessoas através das melodias e através das letras, me faz muito contente e certo de que devo seguir trilhando esse caminho. O caminho é longo e exige uma construção pacienciosa, mas as pessoas nas quais as minhas canções estão chegando estão me devolvendo de um jeito que me encoraja cada vez mais a seguir fazendo isso, música!


"Malabarista Aprendiz" foi teu primeiro álbum. Das dez canções que compõem o repertório, oito são autorais, algumas em parceria com amigos compositores. Qual das músicas gostas mais?
Olha, o disco "Malabarista Aprendiz" me orgulha muito. É o meu primeiro álbum e adoro os arranjos desse trabalho. A linguagem ainda tem uma estética muito mais MPB e do samba jazz/ bossa. E era a forma que eu queria me expressar naquele momento. Importante dizer que entendo que quase todo aquele álbum tem músicas com potencial popular muito forte e com uma roupagem mais popular, que eu adoro, deve entregar isso para as pessoas. Sem nunca desmerecer aquele trabalho e aqueles arranjos, faço uma pequena confissão aqui. Tenho planos, não sei para quando exatamente, de aos poucos vestir aquelas canções com essa roupagem mais popular e entrar pro estúdio mais uma vez com elas. Difícil dizer qual é minha música favorita daquele álbum. Difícil mesmo… Posso sugerir três canções então para quem ainda não conhece esse trabalho. Sugiro as três primeiras do álbum, sendo elas “Segredo e Música”, “Essa Canção, Seu Coração” e “Receita de Amor”.

O que vem por aí? O que os fãs podem esperar para os próximos meses?
O que vem por aí é o lançamento do meu novo álbum chamado "Quase Paralelas", que contará com oito canções. Das oito canções, três delas estão em processo de lançamento em formato single. De fato lançamos "Indecisão" em fevereiro, depois no final de março lançamos a canção "Te Merecer" e agora nos próximos dias, mais precisamente dia 19 de maio, sairá a música "Eu Vou Pagar Pra Ver". Acho que vale aqui dizer que a música "Indecisão" me colocou em primeiro lugar nas rádios do Rio Grande do Sul durante o mês de abril no gênero Pop e isso me orgulha muito. Voltando à pergunta, no mês de junho então teremos o lançamento completo do álbum "Quase Paralelas" e no dia 20 de julho vamos coroar essa série de lançamentos com um grande show no Teatro São Pedro. Esse show de lançamento do álbum, no dia 20 de julho, naquele que considero o grande teatro de Porto Alegre, será gravado e na sequência lançado em “DVD” nas plataformas de streaming. Então estão todos convidados para essa grande noite.


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