Geladeiras usadas viram arte e equipamento cultural nas mãos de artistas gaúchos

Geladeiras usadas viram arte e equipamento cultural nas mãos de artistas gaúchos

Projeto Geloteca transforma geladeiras velhas em bibliotecas. São mais de 85 espalhadas pela região metropolitana de Porto Alegre e litoral gaúcho

Correio do Povo

Crianças da Vila Isabel agora contam com quatro Gelotecas para exercitar o hábito da leitura

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Que destinos imagináveis daríamos para uma geladeira que não tem mais serventia? A maioria das pessoas descartaria em ferros velhos ou ecopontos, mas graças ao projeto Geloteca, que conta com a parceria da marca de tintas spray Paris 68, as velhas geladeiras aposentadas passaram a levar cultura para pessoas em vulnerabilidade social da região metropolitana de Porto Alegre e do litoral gaúcho. 

Criado em maio de 2020, o projeto idealizado por Adriano Dplay, em Canoas, reúne artistas e grafiteiros do Rio Grande do Sul para incentivar o hábito da leitura e contribuir com o meio ambiente, minimizando o descarte de lixo. “Os refrigeradores funcionam como um elo entre quem busca novas leituras e os interessados em doá-las. Cada um recebe uma arte única, criada por um artista convidado que deixa sua mensagem por meio do graffiti, agregando valor estético à peça e chamando a atenção de novos leitores”, explica o fundador.

Desde o início do projeto, mais de 85 Gelotecas já foram produzidas e espalhadas por mais de 15 cidades da região metropolitana de Porto Alegre e do litoral gaúcho. Agora, em parceria com a Paris 68, o objetivo é ultrapassar a marca de 100 Gelotecas instaladas no Estado até o final do ano. Mais de 28 artistas já passaram pelo projeto, aumentando a visibilidade do graffiti na região. Guilherme Menezes é um deles e ressalta a importância da iniciativas: “A arte nas geladeiras traz a revitalização de um objeto que até então seria lixo. Elas passam a ser uma "tela" para o artista mostrar um pouco do seu trabalho”, conclui. 

Gelotecas de Alvorada
Antes da chegada das Gelotecas, os moradores do bairro Vila Isabel, na cidade de Alvorada, não tinham acesso livre e direto aos livros. Com o projeto, as crianças ganharam literatura infantil e a comunidade passou a ter acesso à cultura. Com quatro instaladas nas ruas, as crianças tiveram seu primeiro contato com a arte e com os livros. 

Jessé Brasil é um dos grafiteiros convidados para restaurar as Gelotecas e foi o responsável pela chegada do projeto no local.  Hoje, ele se emociona ao ver o bairro onde nasceu, cresceu e vive até hoje se transformando culturalmente. “A arte muda vidas! Uma criança hoje de periferia pode estar vendendo droga por não ter acesso à cultura e à arte, muitas delas nunca seguraram um livro, agora estamos contribuindo para essa realidade ser transformada”, declara Jessé.

Com o lema “Se você quer um livro pegue, se você tem um livro doe”, o projeto disponibiliza todos os endereços das Gelotecas em sua página no Instagram (@projetogeloteca) para as pessoas interessadas em doar ou emprestar um livro.


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