Gladiadores eram vegetarianos, diz documentário apresentado na Berlinale
Obra entrevista esportistas de elite que fizeram dieta vegetariana
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O colesterol do Exterminador
Mas para além do que poderia ser uma constatação curiosa, o filme, exibido na seção "Cinema Culinário" da Berlinale, mergulha em estudos científicos e opiniões de especialistas, que advertem sobre os riscos para a saúde de ingerir proteínas animais, especialmente relacionados com as doenças coronárias. Nesse contexto, Schwarzenegger reconhece ter passado de consumir 110 gramas por dia de proteína animal a levar uma dieta vegetariana. "Aos meus quase 69 anos, tenho o nível de colesterol mais baixo da minha vida", assegura o "Exterminador".
Psihoyos, um ambientalista que em 2010 ganhou um Oscar com o filme "The Cove", no qual denunciava a pesca de golfinhos no Japão, explicou ter percebido que a melhor maneira de lutar pela preservação do planeta era apelando aos hábitos alimentares. "Comprar um carro híbrido ou mudar o tipo de lâmpadas tem muito menos impacto que a alimentação, dado que comemos três vezes ao dia!", defende este americano, em cujo filme mostra até que ponto a criação maciça de gado afeta o meio ambiente. - Ereções noturnas -Psihoyos assegura que cada um pode encontrar o argumento que melhor lhe convenha no documentário para parar de comer carne.
Além de uma questão de saúde, esportiva ou ambiental, para os jovens que "acreditam que vão viver para sempre", o filme mostra três meninos que se submetem a um exame para determinar seu número de ereções durante a noite: nos períodos em que eliminaram a proteína animal, o número disparou. "Este pode ser o pretexto mais poderoso, porque todo mundo quer render sexualmente", assegura sorrindo Psihoyos, que se define vegano.
Se a ideia de que comer carne é saudável segue amplamente vigente, isso se deve, segundo o documentarista, aos interesses da indústria agroalimentar. "Há bilhões de dólares em jogo" e o setor "tenta reter pelo maior tempo possível a informação" prejudicial, da mesma forma que aconteceu com a indústria do tabaco na segunda metade do século XX, afirma Psihoyos. O documentarista confia em que seu filme terá um impacto: "95% das pessoas que o viram nos testes disseram estar dispostas a modificar sua dieta", comemora.