Glenn Hughes celebra disco que ainda queima em Porto Alegre

Glenn Hughes celebra disco que ainda queima em Porto Alegre

Baixista do Deep Purple realiza show, nesta terça-feira, dia 7 de novembro, no Opinião, em homenagem aos 50 anos do álbum ‘Burn’, de 1974; confira entrevista com o músico

Itamar Pelizzaro

Hughes sobre convidar outro Purple: ‘A ideia é amável e linda, mas com as agendas lotadas não sei se funcionaria'

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Nesta terça-feira, dia 7 de novembro, às 21h, o músico Glenn Hughes faz show no Opinião (José do Patrocínio, 834), em Porto Alegre, em homenagem ao álbum “Burn”, do Deep Purple (1974), que teve participação dele. O repertório contempla também outras fases do grupo inglês. Ingressos na plataforma Sympla

Quando “Burn” chegou ao mercado, em fevereiro de 1974, com a capa na qual velas apareciam derretendo na cabeça dos cinco músicos integrantes, os fãs do Deep Purple mal puderam sentir saudade de Ian Gillan. O frontman da segunda formação do grupo, a voz de "Highway Star" e "Child in Time", seria substituído por um jovem desconhecido chamado David Coverdale e pelo baixista e vocalista do Trapeze Glenn Hughes.

O novo disco do grupo, que formava a Tríade Sagrada do Rock Pesado dos anos 1970 ao lado de Black Sabbath e Led Zeppelin, inflamaria mentes ao redor do mundo e daria novo fôlego ao Deep Purple. Cinquenta anos depois de sua gravação, o álbum “Burn” tem sido reproduzido ao vivo na tour “Glenn Hughes Performs The 50th Anniversary of Deep Purple’s Burn Live”.

Doze horas antes de embarcar para São Paulo e após encerrar a temporada de shows no Reino Unido, Glenn Hughes respondeu a um e-mail do Correio do Povo. Aos 72 anos, o baixista e vocalista que fez fama pelos tempos em que esteve no Deep Purple e também por gravar com nomes como Black Sabbath e Gary Moore, contava as horas para decolar rumo a São Paulo, onde tocou em Limeira no dia 1º, dando início à perna sul-americana da turnê.

“Tem sido incrível”, resumiu Hughes. “Acabamos de terminar a temporada no Reino Unido, com nove shows esgotados, e agora estamos decolando para São Paulo, uma cidade que amo e admiro”, contou. Hughes vem acompanhado de Soren Andersen (guitarra), Ash Sheehan (bateria) e Ed Roth (teclados).

“Burn” é o 8º álbum de estúdio do Deep Purple, que permanece na ativa, lançado em fevereiro de 1974. Hughes não recebeu créditos pela parceria nas composições, em razão de obrigações contratuais da banda à época, mas foi incluído nos créditos de seis das oito faixas na edição do 30º aniversário do álbum. Para a empreitada atual, perguntei a Hughes se ele cogitou convidar outro integrante do grupo como David Coverdale para se unir na turnê de “Burn”. “A ideia é amável e linda, mas com todas as agendas lotadas não tenho certeza se funcionaria para todos”, disse.

Após “Burn”, ainda participaria das gravações de “Stormbringer” (1974) e “Come Taste the Band” (1975), este já com Tommy Bolin na vaga de Ritchie Blackmore. O Deep Purple encerraria as atividades no ano seguinte, com a morte de Bolin. Hughes gravaria com o Black Sabbath o álbum “Seventh Star”, de 1986, que seria o primeiro disco solo de Tony Iommi, mas levou sendo lançado como Black Sabbath featuring Tony Iommi.

O baixista ainda lançou mais de 20 álbuns solo - o mais recente é "Resonate" (2016) - e teve outras bandas como Black Country Communion, com Jason Bonham (filho de John Bonham) e Joe Bonamassa e The Dead Daisies. Mas nenhum trabalho conseguiu resgatar a química e expressão dos tempos do Purple. Então, depois de 50 anos, ainda é possível haver magia entre uma banda de Rock, considerando as pressões comerciais? “Se vier do coração, se for real, se houver trabalho e paixão envolvidos, tenho certeza que ainda é possível. Tenho sim grandes amigos, músicos, que quando tocamos a sensação é incrível!”, disse Hughes.

Em 2001, Hughes lançou sua autobiografia, na qual narra sua luta contra o abuso de álcool e drogas. Incrivelmente, diferentemente de outros sobreviventes daquela era do Rock Pesado, seu vocal continua potente e limpo como nos anos 1970. “Tento dormir o máximo possível, mesmo que em turnê não seja fácil, muita água, alimentação saudável e fãs abençoados, como os de Porto Alegre”, contou o homem que recebeu a alcunha de “The Voice Of Rock”.

Intimei Hughes a falar sobre planos futuros, e ele se limitou a dizer que está cozinhando coisas. “Em breve, contarei aos meus fãs. Vai ser ótimo!”. Perguntamos sobre seu conhecimento do Rock Brasileiro depois de 10 visitas ao país. “O Sepultura é uma banda lendária, o cenário musical brasileiro é simplesmente incrível, tem muita coisa boa como a Bossa Nova”, concluiu.


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