Governo britânico descarta devolver mármores do Partenon à Grécia

Governo britânico descarta devolver mármores do Partenon à Grécia

Desde o início do século XX, a Grécia solicita oficialmente a devolução das peças

AFP

Os Mármores de Elgin encontram-se no Museu Britânico e a Grécia pede sua restituição

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O Reino Unido descartou, nesta quarta-feira, dia 11, devolver à Grécia os mármores do Partenon em exibição no Museu Britânico, negando informações sobre um acordo próximo com Atenas e esfriando as esperanças de outros países que também buscam recuperar seu patrimônio.

"Fui muito claro sobre isso, não creio que [os mármores] devam voltar para a Grécia", declarou a ministra britânica da Cultura, Michele Donelan, à BBC.

O presidente do Museu Britânico, George Osborne, "concordaria comigo: não deveríamos devolvê-los e, de fato, eles pertencem ao Reino Unido, onde cuidamos deles há muito tempo", acrescentou.

Desde o início do século XX, a Grécia solicita oficialmente a devolução de um friso de 75 metros arrancado do Partenon e uma das famosas cariátides do Erecteion, um pequeno templo antigo também localizado na Acrópole de Atenas, importantes peças na coleção do Museu Britânico.

As autoridades do Reino Unido alegam que as esculturas foram "adquiridas legalmente" em 1802 pelo diplomata britânico Lord Elgin, que as vendeu para a famosa instituição londrina. Mas a Grécia afirma que elas foram "saqueadas" enquanto o país estava sob ocupação otomana.

Na semana passada, o jornal The Telegraph reportou que Osborne estava prestes a fechar um acordo com as autoridades gregas para devolver os tesouros como um empréstimo de longo prazo, como parte de um "intercâmbio cultural". Isso permitiria contornar uma lei britânica que impede o museu de desmantelar seu acervo.

"Acredito que seu ponto de vista sobre o assunto foi mal interpretado e deturpado", afirmou a ministra Donelan. "Também foi levantado o conceito de um empréstimo de 100 anos, mas tampouco é o que está planejando", enfatizou.

O porta-voz do governo grego, Yiannis Oikonomou, admitiu na segunda-feira que suas negociações "em andamento" com o Museu Britânico "não são fáceis".

A ministra também indicou temer que o retorno dessas esculturas gregas abrisse um precedente. "Seria descer uma ladeira escorregadia, em que acabaríamos questionando se muitos objetos incríveis deveriam voltar para outro país", disse, considerando "muito ambígua a questão da propriedade".

Nos últimos anos, tem aumentado a pressão para que os museus ocidentais devolvam aos seus países de origem obras de arte e artefatos históricos, especialmente aqueles obtidos durante o período colonial.


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