Harrison Ford completa 80 anos lembrado como Han Solo e Indiana Jones

Harrison Ford completa 80 anos lembrado como Han Solo e Indiana Jones

Ator filho de pai irlandês e mãe russa, estudou Inglês e Filosofia

AE

Harrison Ford com Stieven Spielber, nas filmagens de "Indiana Jones - os Caçadores da Arca Perdida"

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Quem anda pela Hollywood Boulevard, em Los Angeles, encontra, na altura do 6801, a estrela da fama de Harrison Ford. As voltas ue o mundo dá. Há 50 anos, ele chegou a desistir da carreira de ator, decepcionado com a situação dos papéis. Em "Zabriskie Point", de Michelangelo Antonioni, não foi mais que uma ponta. Com mulher e dois filhos para sustentar, Harrison abandonou a carreira. Filho de pai irlandês e mãe judia russa, estudou Inglês e Filosofia. Poderia, quem sabe, lecionar. Preferiu tornar-se carpinteiro. Um de seus clientes tinha conexões com o cinema, sugeriu o nome dele para um amigo, um tal de George Lucas, que em 1972 estava formando o elenco de "American Graffitti/Loucuras de Verão".

Harrison Ford não era protagonista, mas o estrondoso sucesso do filme teve repercussão imediata em sua vida, e futuro. O próprio Lucas começou a trabalhar em seguida num projeto que demorou para emplacar. Ninguém botava muita fé numa tal de saga intergaláctica que ele chamava de "Star Wars". Finalmente, a Fox resolveu bancar o filme, mas com orçamento inferior ao que ele esperava. Lucas lembrou-se de Harrison e chamou-o para fazer Han Solo. O resto é história. O filme virou fenômeno de bilheteria em 1977, a saga prossegue até hoje com seus derivados. No começo dos anos 1980, um inesperado golpe de sorte. Lucas, de novo, e Steven Spielberg, que se convertera no jovem Midas de Hollywood, graças ao sucesso de "Tubarão" e "Encontros Imediatos de Terceiro Grau", resolveram fazer um filme para recuperar o espírito aventureiro das matinês da infância de ambos.

Criaram o personagem de Indiana Jones, no roteiro que intitularam "Os Caçadores da Arca Perdida". Para o papel, tinham um ator em vista, Tom Selleck, mas ele preferiu fazer a série "Magnum", na TV. "E se a gente usasse o Harrison?" Foi assim, numa conversa casual entre produtor e diretor, que Harrison teve a chance de interpretar outro personagem emblemático. É bom lembrar tudo isso nesta quarta, 13, quando ele completa 80 anos - nasceu em Chicago, em 1942. Em 1982, aos 40 anos, fechou um círculo ao interpretar o Deckard do cultuado "Blade Runner, O Caçador de Androides", de Ridley Scott. A carpintaria virou hobby, e o problema é que Harrison Ford passou a ter cada vez menos tempo para exercer a função.

Em compensação, disparou na carreira e, de ator, virou astro. Passou a acumular recordes - segundo o Guinness Book, nenhum outro ator, nem Tom Cruise, gerou tanto lucro de bilheteria. Possui o maior número de filmes que ultrapassaram US$ 100 milhões de renda. Han Solo e Indiana Jones viraram personagens de séries. Money, Money, Money. Harrison foi até indicado para o Oscar de melhor ator, por um filme magnífico de Peter Weir - "A Testemunha", de 1986. "Indiana Jones - e O Templo da Perdição", "A Última Cruzada", "O Reino da Caveira de Cristal". A história não terminou e um novo filme está sendo produzido, só que, dessa vez, Spielberg não é mais o diretor. Han Solo reapareceu em "O Império Contra-Ataca", "O Retorno do Jedi", "O Despertar da Força" e "A Ascensão Skywalker". Deckard voltou em "Blade Runner 2049".

A ficção científica fez muito por ele, na tela como na vida. Sua segunda mulher foi Melissa Mathison, a roteirista de "E.T"., do amigo Spielberg. Desde 2010 está casado com Calista Flockhart. Deu-se muito bem em filmes policiais e de espionagem - "Acima de Qualquer Suspeita", "Jogos Patrióticos" e "Perigo Real e Imediato". Nos dois últimos foi o agente Jack Ryan, criado pelo escritor Tom Clancy. Ressuscitou, na tela grande, a série de TV "O Fugitivo", e foi o presidente dos EUA em "Força Aérea Um". Satirizou-se em "Cowboys e Aliens", "Os Mercenários 3" e em "A Vida Secreta dos Bichos", quando deu a voz ao Galo. Ganhou um Globo de Ouro Honorário, o Cecil B. de Mille Award, e um César, o Oscar francês, especial. Hoje, ao ingressar nos 80, Harrison Ford poderá pensar nas reviravoltas que a vida dá - que a vida dele deu. Uma trajetória e tanto para quem um dia ouviu de um executivo que buscasse outra carreira, porque para ator não servia.

Melhores filmes

"Loucuras de Verão" (American Graffiti), de George Lucas, 1972. O papel ainda é pequeno, mas o filme é muito bom. As loucuras de jovens norte-americanos, numa noite de verão, às vésperas de embarcar para o Vietnã, onde alguns morrerão.

"Star Wars"/Guerra nas Estrelas, de George Lucas, 1977. O primeiro Han Solo a gente não esquece.

"Os Caçadores da Arca Perdida", de Steven Spielberg, 1981. O primeiro Indiana Jones. O dublê de arqueólogo e aventureiro enfrenta nazistas na busca da mítica Arca da Aliança da Bíblia.


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