Incêndio destrói quadros de Di Cavalcanti e Guignard no Rio

Incêndio destrói quadros de Di Cavalcanti e Guignard no Rio

Apartamento de colecionador pegou fogo e danificou algumas obras

AE

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O marchand e colecionador Jean Boghici informou na tarde desta terça-feira a destruição dos quadros "Samba", de Di Cavalcanti, e "A Floresta", de Guignard, após o incêndio ocorrido segunda-feira à noite em seu apartamento em Copacabana, no Rio de Janeiro. O acervo fica no 12º andar de um duplex, onde mora o ex-dono da Galeria Relevo. Apesar disso, algumas obras foram preservadas, entre elas "O Sono" e "Sol Poente", de Tarsila do Amaral, e "Bichos", de Lygia Clark. "O sentimento é de raiva e vingança. Vou me vingar fazendo uma bela exposição no Museu de Arte do Rio. Estou muito chateado, com vontade de chorar. Não é pelos quadros, mas pela minha gata que morreu", disse Boghici, na porta do prédio, em entrevista emocionada, ao lado da mulher, Geneviève, que chorava.

Jean Boghici nasceu na Romênia e tem 84 anos. De acordo com testemunhas e com a própria mulher do marchand, as chamas teriam começado no ar-condicionado e se espalhado pelo apartamento. Suspeita-se que tenha havido um curto-circuito. Borghi e a mulher conseguiram escapar sem ferimentos, mas os bombeiros demoraram cerca de duas horas para controlar o incêndio. O caso foi registrado na 1º DP de Copacabana e está sendo investigado, informou a Polícia Civil. Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) realizaram perícia na noite de segunda-feira no imóvel e a filha dos donos do apartamento prestou depoimento. Ela disse acreditar que, de fato, o incêndio tenha sido causado por um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado. O delegado titular Márcio Mendonça aguarda o resultado do laudo pericial para saber se o incêndio foi criminoso ou acidental. O documento deve sair em 15 dias.

O curador Leonel Kaz confirmou a realização da mostra que será batizada de "O Colecionador", com as obras de Boghici, no Museu de Arte do Rio, que ainda será inaugurado. “Quando se perde um patrimônio que, apesar de pessoal, é nacional também, nenhuma notícia é tão boa. São patrimônios do Jean e do Brasil. No entanto, muita coisa se preservou. Tanto é que essa exposição ia mostrar pela primeira vez esse conjunto extraordinário que Jean reuniu durante 50 anos, e isso vai ser mostrado. As peças que se foram serão homenageadas", afirmou o curador.

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