Itaú Cultural reúne artistas de oito estados e três países na 5ª Mostra de Dança
Evento reflete sobre as razões que levam o corpo a dançar
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Refletir sobre as razões que levam o corpo a dançar é o mote da 5ª Mostra de Dança Itaú Cultural, que será realizada das 9h deste domingo até 1º de maio. com participantes de oito estados ( Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo) e três países (França, Paraguai e Brasil). Na abertura, hoje, os espetáculos “A Mulher do Fim do Mundo”, da Cia Casa Circo de Artes Integradas (AP) e “Apoena - Aquele que Vê Longe”, com Francis Baiardi (AM). Pelo site www.itaucultural.org.br.é possível acompanhar a programarção. Confira as atrações de abertura:
A Mulher do Fim do Mundo
Duração: 35 minutos
Classificação Indicativa: 14 anos
Escrito e dirigido por Jones Barsou, o solo é um tiro no escuro, que arremessa indagações, questionamentos e afirmações dentro de um estado reflexivo uma mulher negra que se depara com a existência de um corpo que respira a cada segundo para se manter de pé. Neste estado existencialista, estabelece um diálogo visceral e direto do corpo e, com os corpos, onde, através do corpo negro e suas infinitas capacidades de afetação e do seu discurso de afirmação, valida a existência desses vários corpos que atravessa gerações flagelados socialmente. A intérprete é Ana Caroline.
Apoena - Aquele que Vê Longe
Duração: 35 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Fala das questões urgentes e sensíveis que representam o sentido da palavra humanidade para as pessoas consideradas civilizadas. Assuntos como ancestralidade, direito, expropriação são discutidos através do corpo que carrega sua ancestralidade, deixando-se atravessar pelas violências do homem contemporâneo. Aquele que Vê longe é o presente/futuro, também a volta ao passado apresentado em movimento dança. É a imersão da percepção e sentido de existir que assolam a artista, ao refletir sobre os que estavam em território brasileiro primeiro, pois eles eram os donos da terra e, hoje, são indígenas sem-terra, uma questão imposta pelos colonizadores, uma usurpação dos territórios dos povos originários juntamente com o genocídio de diversas nações que aqui habitavam, tudo acontecendo desde dos anos de 1500. Porém, atualmente esse processo é dado há mais de cinco séculos de diferentes formas. É o caso da violência física e cultural, perdurando contra toda uma ancestralidade, e de ações políticas, sociais, econômicas e religiosas, a partir da lógica do pensamento colonial e neoliberal no qual estão enraizada a vida de alguns dos brasileiros. A concepção, direção e interpretação são de Francis Baiardi.