Jon Bernthal, ator de "Demolidor", revela que não curtia HQs
Segunda temporada da série estreia nesta sexta-feira na Netflix
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"Não tenho por que mentir, eu não gostava de quadrinhos. Quando eu consegui o trabalho, comecei a ler tudo o que podia e virei um grande fã. Hoje, vou ser encontrado facilmente com uma revista nas mãos", disse em Buenos Aires, em uma apresentação da Netflix que levou à capital argentina alguns dos protagonistas de seus principais produtos, como "House of Cards", "Orange is the New Black" e "The Ranch", que terá Ashton Kutcher no elenco.
Comedido nas palavras, Bernthal não aceita a classificação de anti-herói para Frank Castle, o personagem que busca um acerto de contas permanente com os assassinos de sua família. "Eu nunca seria capaz de fazer esse papel se não fosse um marido e pai. Eu me coloco no lugar dele", explicou o ator americano, permanentemente carrancudo durante suas aparições no papel e, segundo ele mesmo, também nas gravações. "Não sou de ficar fazendo brincadeiras no estúdio."
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O personagem que exige tanta concentração é Frank Castle, um americano de origem italiana nascido no Queens, em Nova York. Castle é criado num ambiente católico, assim como o advogado cego Matt Murdock (Charlie Cox), a quem caberá defendê-lo de acusações de assassinato em sua busca por vingança.
O defensor engravatado é a versão mais polida do Demolidor, que depois de perder a visão na infância sai à noite para distribuir socos e golpes de artes marciais em bandidos da vizinhança. Na nova temporada, o Demolidor tem a ajuda incômoda de Elektra Natchios (a francesa Élodie Yung, de origem cambojana), uma ex-namorada da faculdade que reaparece para aumentar ainda mais seus dilemas morais sobre a forma mais prática de fazer justiça.
"A missão do Justiceiro não é fazer justiça, não é algo mortal moral, não tem certo ou errado, não é limpar a criminalidade de Hells' Kitchen (bairro nova-iorquino). Essa é a tarefa do Demolidor. Ele só quer vingar a morte da família dele", defende Bernthal.
Seu personagem divide protagonismo com o Demolidor, que chegou ao serviço de vídeo há menos de um ano em 13 episódios, com a missão quase impossível de ser um super-herói, ser mais real. Apesar do filme não ter sido bem-sucedido, no formato de capítulos, o Demolidor teve boa aceitação, tanto que foi colocada no ar a segunda temporada em menos de um ano.
Embora não classifique a série como um produto infantil, o diretor de aquisição de conteúdo para crianças, adolescentes e família, Andy Yeatman, reconhece que produtos de super-heróis em formato de série costumam ter uma estrutura mais simples do que a do cinema e atingem também esse público.