Jorge Drexler faz show nesta sexta-feira em Porto Alegre

Jorge Drexler faz show nesta sexta-feira em Porto Alegre

Show do artista uruguaio, que já levou para casa cinco Grammys Latinos e um Oscar, será no Teatro do Sesi

Marcos Santuario

Na apresentação, o músico e poeta irá reconfigurar o estilo violão e voz

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Perguntado sobre qual é a ideia desta turnê, “Silente”, que começa nesta sexta-feira em Porto Alegre, e ganha outros lugares do Brasil, o "cantautor" uruguaio Jorge Drexler tem a resposta na ponta do verso: “A ideia pode partir de uma frase do Caetano Veloso: melhor do que isso só o silêncio. Melhor do que o silêncio só o João”. Para Drexler, trata-se de uma valorização do silêncio como matéria-prima da música e do pensamento.

Em cena, no entanto, o público sabe que o silêncio preconizado vem recheado de poesia e de musicalidade amadurecidas em 14 discos lançados e alguns prêmios importantes, como cinco Grammys Latinos e um Oscar. E muita vida. Drexler se mostra na atualidade como o médico que trata a música como remédio para a alma de um mundo que pode ser curado, inclusive pelo silêncio. “Eu, se peço pelo silêncio, não é porque o tenha, é porque o invoco”, resume.

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Evidentemente o título da turnê é um paradoxo, assim como o de seu mais recente trabalho de estúdio, “Salvavidas de Hielo”. Drexler revela que, para o espetáculo desta noite, no Teatro do Sesi, desenharam o silêncio “como um enólogo desenha um vinho”. “Fomos desligando os equipamentos de ar-condicionado, das máquinas de fumaça, apagamos as luzes portáteis que têm ventiladores, apagamos o projetor de imagens e trocamos a projeção de imagens por um globo que tem uma luz silenciosa”, conta.

Tudo para construir o clima, produzir o efeito e fazer que se confundam meio e mensagem. “Temos um silêncio de base no concerto cujo grande mérito, é igual ao da água potável de uma cidade, o de ser translúcido. Ser uma boa matéria prima sobre a qual é muito cômodo trabalhar”, diz. Desejo revelado de chegar até o mínimo som, em que se escuta tudo. 

Em “Silente”, o músico e poeta reconfigura o estilo violão e voz. Combina isso com ferramentas contemporâneas para que surja “a beleza da canção nua, tal qual foi concebida”. Deixa claro que trata-se de um “concerto frágil”, com coisas que estão no limite da comodidade. Fundamental, seguramente é uma atitude do público que, ao conhecer o artista, se apresenta como cúmplice feliz de sua arte de criar e interpretar. O que imagina-se vivenciado hoje à noite é uma atitude de escuta de um lado, e uma concentração muito grande no palco. A música ganha a cena. A poesia inunda o roteiro e a cenografia cria o envolvimento. “Não é um show minimalista, apesar de ser muito pessoal”, resume.


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