Juremir Machado lança "A sociedade midíocre"
Em novo livro, escritor fala sobre a sociedade de espetáculos
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Apesar de ser pequeno o livro, em fragmentos, levou 10 anos para ser concluído. "É um diálogo com as ideias do pensador francês Guy Debord: teses que descrevem a sociedade do espetáculo e seus limites. Debord acertou no diagnóstico, mas errou no prognóstico", diz. Na asserção de Juremir, a tese 4 de Debord é a premissa inicial do diálogo com o pensador marxista e utópico: "O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre as pessoas, mediada por imagens".
Das proposições de Juremir, talvez a mais polêmica é a da morte do livro e do direito autoral. "Acredito que o livro em papel não faz mais sentido, tecnológica e economicamente", reflete. Na mutação proposta por ele, a escrita pode tornar-se dispensável. "Qual vai ser o lugar da escrita na sociedade? A sociedade vai ser cada vez mais composta de sons e imagens, o hiperespetáculo." Juremir ainda indaga: "Será possível inteligência fora da leitura? Poderemos construir civilizações complexas à margem disso?".
Coordenador do Programa de Pós-Graduação da PUCRS, além de colunista e blogueiro do Correio do Povo, Juremir também discorre sobre o jornalismo praticado atualmente. "O jornalismo tem se espetacularizado mais do que tudo. Nos dias atuais, o jornalista tem que entreter, mas alguém precisa organizar essa massa de informações", analisa.