Juremir Machado lança livro em homenagem aos 120 anos do Correio do Povo
“A primeira semana de um jornal centenário” tem sessão de autógrafos nesta quinta
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A obra faz uma releitura da primeira semana do Correio do Povo, em outubro de 1895, a partir das seis edições inaugurais, publicadas de terça a domingo, com quatro páginas cada. Com a escolha, Juremir Machado propõe uma análise sobre o jornal na época: os assuntos, o tipo de abordagem, o humor, as reportagens e as polêmicas.
No entanto, para contar a história e mostrar o crescimento do Correio do Povo ao longo desses 120 anos, ele também traça um perfil de Caldas Júnior, fundador do jornal. “Eu nunca tinha pensado em fazer um livro sobre o Correio do Povo e particularmente em escrever sobre o Caldas Júnior. Eu descobri um personagem deslumbrante. Foi uma coisa muito agradável fazer esta pesquisa e escrever este livro, pois não tem como não se identificar com ele. Foi um cara visionário, sonhador, mas ao mesmo tempo empreendedor, um cara obstinado, querendo fazer o melhor", comenta.
Dentre os pontos abordados por Juremir no livro está a motivação e a força de Caldas Júnior para lançar um jornal diário apenas sete anos depois da abolição da escravatura no Brasil, seis da proclamação da república e um do final da Revolução Federalista. “O jornalismo do Rio Grande do Sul estava de cabeça para baixo no final do século XIX. Não era noticioso. Era político, partidário e defensor de causas: A República, a Abolição. O Caldas Júnior teve a ideia de botar isto em pé. O fundamental no jornalismo é a notícia. Vou fundar um jornal que não terá nenhuma causa específica, envolvimento partidário, que vai vender notícia. Daí o comercial. É uma empresa com o objetivo de vender notícia, daí o noticioso e literário, o termo que se usava na época para o que hoje é entretenimento, divertir e distrair as pessoas", explica.