Juremir Machado lança livro sobre a mídia e o golpe de 1964

Juremir Machado lança livro sobre a mídia e o golpe de 1964

Jornalista autografou nova obra nesta quinta-feira

Correio do Povo

Juremir Machado da Silva lança novo livro

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O escritor, historiador e jornalista do Correio do Povo, Juremir Machado da Silva, lançou na noite desta quinta-feira o livro “1964-Golpe Midiático-Civil-Militar”, em sessão concorrida, na sede do Correio do Povo. O golpe que instalou o regime militar no Brasil completa 50 anos em 2014, e a nova publicação se debruça sobre o papel da imprensa neste episódio da História. “Sem o trabalho da mídia para construir uma atmosfera favorável, o golpe não teria ocorrido. A mídia foi decisiva”, declarou Juremir.

Ao longo da obra, Juremir não poupa grandes nomes da imprensa, o que já provocou reações. “A expectativa é essa, provocar e cada um assumir sua responsabilidade”, esclareceu. Para analisar o papel da imprensa no golpe que derrubou o presidente João Goulart há cinco décadas, Juremir Machado da Silva realizou exaustivo trabalho de pesquisa. “Pesquisei em documentos, nos jornais da época e resgatei livros publicados em 64, que desapareceram”, contou.

Amigos e leitores prestigiaram o lançamento. “O assunto do livro é fundamental, pelos fatos que ele está resgatando. Estou ansioso para ler”, disse o aposentado Evan Prestes, que aguardou na fila para cumprimentar o escritor e garantir um autógrafo em seu exemplar. A professora universitária Cleusa Scroferneker elogiou a obra: “Viemos prestigiar o autor e o livro, que é instigante e revelador”, disse. Também na fila, a estudante Amanda Boldrini se mostrou ansiosa pela nova leitura: “Leio a coluna dele sempre, e acho que ele tem o que falar sobre 64. É uma voz que não esconde as coisas”.

Na fila, ainda estavam algumas personalidades como o neto de João Goulart, o advogado Christopher Goulart, de 37 anos. "Acho que este livro vai ajudar a esclarecer os fatos, não como uma forma de revanchismo contra os veículos de comunicação. A mídia conservadora apoiou o golpe. Eles podem se arrepender, pois errar é humano. É importante que alguns destes jornalistas e veículos reconheçam publicamente, pois a opinião é livre, mas apoiar um golpe ou o fechamento do Congresso Nacional não", afirma o neto de Jango. O antropólogo, escritor e doutor em Comunicação, Celso Dias, espera que o livro dê muita repercussão para que as pessoas entendam melhor a participação dos meios de comunicação no golpe e também de alguns envolvidos como Drummond e Antonio Calado para repensar a história e colocar em cenas novos atores, que foram coadjuvantes no processo do golpe", ressalta.

O aposentador e revisor de livros, Renildo Baldi, 76 anos, se declara um leitor fiel de Juremir e acrescenta que se não fosse pelo golpe o Jango iria cair de qualquer jeito. "Sou brizolista, janguista e prestista (de Luiz Carlos Prestes). O Jango sofria pressões dos militares, da imprensa e também do próprio Leonel Brizola", destaca. O servidor público estadual Jaime Silveira, 40 anos, observa que a expectativa do livro é que ele esclareça a atuação dos jornalistas no golpe de 1964. "Os empresários tinham um lado, mas alguns jornalistas, como o Alberto Dines, pareciam ter sempre uma conduta mais equilibrada. O golpe aconteceria de qualquer forma. Um elogio ao Juremir pela coragem, pois são poucos que têm coragem de criticar outros jornalistas, ainda mais munido de pesquisa histórica", finaliza.

A gerente de marketing do Correio do Povo, Iaci Rocha, considerou um sucesso a sessão de autógrafos e destacou que cada livro foi vendido com a oferta de uma sacola personalizada do Correio do Povo, com papel reciclado. Esteve presente na sessão de autógrafos o presidente executivo do Correio do Povo, Cleber Nascimento. A obra está à disposição na loja do Correio do Povo, localizada na rua dos Andradas, 954, com desconto de 20% para assinantes. Mais detalhes pelo fone ( 51) 3216-1600.

Na noite de autógrafos, foram 500 livros vendidos.  

Foto: Bruna Cabrera / Especial CP Juremir Machado da Silva autografou na sede do Correio do Povo / Foto: Bruna Cabrera / CP

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