Juremir Machado lança livro sobre ex-presidente João Goulart
Jornalista compara recentes protestos ao período da década de 60 no Brasil
publicidade
Morte no Exílio” (Editora LPM), do jornalista Juremir Machado da Silva, com lançamento dia 17 de julho, às 19h, na Livraria Saraiva do Moinhos Shopping.
Para o escritor, as manifestações atuais guardam semelhanças com as que já aconteceram no país. “Nos anos 60, a esquerda foi às ruas para pedir melhoras para o país. A direita se assuntou e proclamou o governo como o mais corrupto para, em seguida, dar um golpe de Estado. A diferença, agora, é que ambos os lados dividem os protestos. Mas a acusação da direita é a mesma”, compara.
Neste cenário de Golpe Militar no Brasil é que Juremir constrói e desconstrói a mítica que existe em torno da vida e morte no exílio do ex-presidente João Goulart. A publicação é uma grande reportagem, resultado de três anos de pesquisa, envolvendo entrevistas, leituras de jornais, livros, cartas e documentos.
Segundo o jornalista, as conversas com os uruguaios Enrique Foch Diaz e Mario Neira Barreiro são as bases da narrativa. Diaz fez uma denúncia alegando que o Goulart havia sido morto por envenenamento. Neira é réu confesso e afirma ter participado da operação que matou o presidente por ordens militares brasileiras.
Para elucidar o mistério da morte de Jango, Juremir resgata o papel da imprensa na construção de um cenário favorável ao Golpe; assinala o financiamento dos EUA a Marchas da Família com Deus pela Liberdade, e relata as
ações violentas desde o primeiro dia do governo de 1964.
O autor acredita que a proposta revolucionária de Jango de realizar uma Reforma Agrária foi o motivo principal para sua derrubada. “No entanto, Jango não foi fraco ao renunciar, mas um herói. Por seu temperamento pacífico, evitou uma guerra”, avalia.
A exumação do corpo de ex-presidente está em processo. Ainda assim, Juremir acredita que não se chegará a um laudo conclusivo, pois uma das hipóteses é que ele foi assassinado após troca intencional de remédios. “A única
certeza é que Jango passou seus últimos anos de vida com saudade do Brasil”, afirma.