Kings of Leon e despedida do Titãs marcam segundo dia do Lolla

Kings of Leon e despedida do Titãs marcam segundo dia do Lolla

Shows do sábado ainda tiveram Supla, Day Limns, Tulipa Ruiz, Thirty Seconds to Mars, Limp Bizkit, Hozier, entre outros

Correio do Povo

Titãs apresentaram um show memorável na noite de sábado, no Lollapalooza BR

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Se a sexta-feira (22) trouxe rodas-punks embaladas por The Offspring e o primeiro show do blink-182 no país, o segundo dia do Lollapalooza Brasil 2024 manteve a nostalgia como ponto alto revisitando a história e gerando novas memórias. Uma multidão presente no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, reviveu os anos 1990 e 2000 ao som de bandas que marcaram época e que seguem em evidência, além de nomes que despontam na indústria. Sem dúvida alguma, o ponto alto da noite ficou por conta dos Titãs, em uma despedida que ficará marcada na história cena do rock nacional. A apresentação incluiu uma participação de Alice Fromer, filha de Marcelo Fromer, guitarrista da banda que morreu em 2001. Ao lado de Arnaldo Antunes e acompanhada por todos os demais integrantes, eles cantaram “Toda Cor”. E, Como em “O Pulso”, a atmosfera pulsante ecoou acordes inesquecíveis por todo o festival, que esquentaram o sábado.

No Palco Budweiser, a banda brasileira InDharma, vencedora do concurso “Temos Vagas” da “89: A Rádio Rock”, abriu os trabalhos. Em entrevista no backstage após o show, o sexteto de raprock com influências musicais de Charlie Brown Jr, Limp Bizkit, Racionais e Emicida disse que foi um “sonho realizado” e que sempre acompanhou o Lollapalooza de perto. “Poder mostrar nossa arte, o que temos de tão importante e sagrado por meio dessa oportunidade é indescritível”, declararam. O rapper BK trouxe as rimas do novo disco, ICARUS, em uma perspectiva contemporânea e urbana do mito grego de Ícaro. Ele, que se apresentou em 2019 no Lolla, disse que “é muito bom voltar para apresentar o trabalho inédito para um público que não o conhece”. Já Jessie Reyes trouxe toda sua latinidade com muita conexão com o público ao falar português e vestir a camisa da seleção brasileira. A cantora recebeu seus pais no palco para dançar uma música latina e disse estar muito realizada, o que pode ser perfeitamente percebido pelos fãs, que puderam cantar ao seu lado quando a artista desceu do palco e foi até a grade.

O Thirty Seconds to Mars, comandado por Jared Leto ao lado do irmão Shannon Leto, voltou a lembrar o público brasileiro o quanto ama o país e o nosso açaí. O vocalista e líder da banda, que sempre se destaca por looks ousados e extravagantes, escolheu uma capa prateada e óculos escuros trazendo um ar de super-herói para o espetáculo que contou com diversos momentos de pirotecnia e até balões pretos arremessados para o público. Ao longo da apresentação, Jared não parou um segundo, correndo para lá e para cá e interagindo o tempo todo com os fãs. E, embora a banda tenha acabado de lançar um novo disco, It​’​s The End Of The World But It​’​s A Beautiful Day, foram as canções clássicas, de álbuns anteriores, que mais marcaram presença no setlist: "This is War", "Kings and Queens" e "The Kill" foram destaque. Mas o momento mais especial foi a despedida com "Closer to the Edge", em que Jared convidou vários fãs ao palco para celebrar esse momento em conjunto. O show contou ainda com um momento surpresa, quando o vocalista surgiu com a camisa da Seleção Brasileira e fez uma homenagem ao jogador Marcelo, convidando o lateral esquerdo ao palco para a performance de “Stuck”.

Ana Sabino, 25, é de São Paulo, está em seu terceiro Lolla e garante que conheceu o Thirty Seconds to Mars por causa da irmã mais velha. “Sou obcecada pelo Jared Leto desde os meus cinco anos. As músicas da banda me ajudaram em vários momentos e tenho uma relação de gratidão muito grande por eles”. Em seu terceiro Lolla, Ana disse que está gostando muito do evento. “Estou impressionada com a diferença de estrutura em relação aos anos anteriores”, completa.

Agora, se o assunto é chegar cedo para garantir um lugar ao sol ou na chuva, já que ao longo dia choveu em vários momentos, Carla Vitória, 27, pode falar com propriedade. A relações públicas chegou 6h47min de sábado no Autódromo para ver os irmãos Leto. Conheceu a banda em um programa de clipes musicais na TV: "A primeira canção que ouvi deles foi 'Closer to the Edge'. Daí para frente, cada música deles marcou uma fase da minha vida. Eles cresceram, eu cresci, mas a admiração e o carinho pela música (deles) continuam os mesmos".

Voltando ao Lollapalooza Brasil depois de cinco anos, com mais um álbum lançado (e outro prestes a sair do forno), os americanos de Nashville Kings of Leon mostrou por que se mantém uma das bandas mais relevantes do rock alternativo de garagem. Eles aproveitaram o palco para tocar o novo single, “Mustang”, que será uma das faixas do novo trabalho Can We Please Have Fun, previsto para maio deste ano. Mas foi nos hits antigos que o vocalista Caleb Followill e seus irmãos (e primo) esquentaram a noite fria e embalaram a plateia, como em “Radioactive”, “Sex On Fire” e “Use Somebody”.

No Palco Samsung Galaxy, a diversidade reinou com performances que começaram com o punk rock clássico de Supla, apresentando o recém-lançado disco Supla e os Punks de Boutique, mas sem deixar músicas que o consagraram, como "Garota de Berlim" e "Green Hair (Mingau Açucarado)”. Neste mesmo palco, no show seguinte, o multitalentoso Xamã mostrou porque é galã de novela com passinho, rimas e homenagens. O artista reverenciou o funk brasileiro com um medley que reuniu "Rap do Silva", "Rap da Felicidade" e "Atoladinha". Um momento emocionou os fãs: a canção “Leão”, a qual Xamã compôs para Marília Mendonça, rainha do feminejo que morreu em 2021.

Pela primeira vez no Brasil, Hozier subiu ao palco para uma performance muito esperada pelos “fiéis seguidores”. O entardecer combinou perfeitamente com a sonoridade única do cantor irlandês, que mescla folk, blues e soul. A tocar o hit “Take me to Church” fez todos os fãs testemunharem o poder da sua música. O Palco Samsung Galaxy se transformou em um verdadeiro templo, onde todos cantaram e se emocionaram em conjunto.

Ícones do nu metal nos anos 2000, o Limp Bizkit tirou todo mundo do chão com irreverência e hits de uma geração, como "Break Stuff", “Faith” e "Behind Blue Eyes" -- essas duas últimas, covers de George Michael e The Who, que ganharam muita notoriedade na voz de Fred Durst na pegada mais pesada da banda da Flórida, Estados Unidos. O terreno estava preparado para a saideira não só da noite, como da turnê e da formação original do Titãs.

Pela última vez na turnê, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto se reuniram para celebrar os 40 anos de carreira, e o local escolhido foi o Palco Samsung Galaxy do Lollapalooza Brasil 2024. A sensação foi agridoce, por se tratar de uma despedida, mas tanto a banda quanto o público presente deram tudo de si em verdadeiros tesouros do rock nacional, como “O Pulso”, “Cabeça Dinossauro”, “Epitáfio” e “Sonífera Ilha”, música que encerrou a apresentação.

Enquanto cada um dos palcos trouxe uma sonoridade bem definida para o segundo dia de shows, o Palco Alternativo apresentou uma mistura eclética de sons, com artistas como Stop Play Moon, Day Limns -- que performou muito bem a e tocou “Penhasco”, faixa que compôs com Luísa Sonza em uma pegada bem rockeira --, Manu Gavassi, Pierce the Veil, Kevin O Chris e King Gizzard & The Lizard Wizard, provando a diversidade musical que é marca registrada do Lollapalooza Brasil. Um destaque foi quando, no show do Pierce the Veil, uma fã chamada Gina subiu ao palco a convite do vocalista Vic Fuentes. “Te trouxe aqui para cima porque você estava cantando todas as letras de nossas músicas. Percebi que você tem a nossa banda tatuada na sua perna e as nossas letras no seu peito”, disse Fuentes reforçando estar honrado por ser parte da vida da fã. Por fim, a banda dedicou a música “Hold On Till May” a ela.

Enquanto isso, no Palco Perry's by Johnnie Walker, uma verdadeira festa eletrônica aconteceu com DJs nacionais e internacionais, como Marina Dias, Giu, Riascode, Jessica Brankka, Sarah Stenzel b2b Curol, Gabe, Groove Delight, Loud Luxury, Timmy Trumpet e Above & Beyond, que elevaram a energia da multidão a novas alturas. A nova cenografia, composta por cubos, os efeitos de led com toda a sua estrutura montada, contavam para o público toda a potência deste espaço do festival.

Sarah Stenel B2B Curol, Gabe e Groove Delight proporcionaram sets animados ao público presente no Autódromo. Groove trouxe uma arte visual bastante colorida e deixou o Perry's ainda mais potente. Na sequência, os DJs internacionais deram o tom da noite. Loud Luxery disse estar feliz de estar de voltar ao Lollapalooza Brasil e chegou com um espetáculo visual potente para os amantes da música eletrônica com luzes atmosféricas e um efeito combinado com o som que fez o palco Perry tremer. Loud luxury e Timmy Trumpet abusaram de músicas brasileiras nos samples, passando por Wanessa da Mata, Pedro Sampaio e Legião Urbana.


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