Legião Urbana celebra trajetória em clima de festa em Porto Alegre

Legião Urbana celebra trajetória em clima de festa em Porto Alegre

Apresentação promoveu uma catarse coletiva no Pepsi on Stage lotado

Eric Raupp

Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá deram o tom de nostalgia à noite desta sexta-feira

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Em clima de festa, mas com um toque de saudosismo, a Legião Urbana promoveu na noite desta sexta-feira uma verdadeira ode à sua principal mente criativa. Celebrando 30 anos do primeiro álbum, homônimo à banda, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e André Frateschi, que assumiu os vocais para a turnê, subiram ao palco do Pepsi on Stage, para um show que levou o público à euforia. Com simpatia e potência no palco, o grupo fez os fãs viajarem no tempo e evocarem o espírito da década de 1980.

Quando a banda deu um “boa noite Porto Alegre”, nem mesmo os 30 minutos de atraso foram capazes de barrar o entusiasmo da plateia, que ovacionou os músicos. A resposta veio com os acordes de “Será”, primeira canção a ser apresentada. Depois, Frateschi cantou "Dança" e incentivou a multidão a bater palmas no ritmo da música. Foi prontamente atendido e ali já ficava claro a aprovação do artista para representar Renato Russo, morto em 1996. A banda então emendou "Petróleo do Futuro" e "Ainda é Cedo".

Mas foi o som da icônica e efusiva “Geração Coca-Cola” que fez todos irem ao delírio. Alguns optaram por filmar o momento com o celular, enquanto outros acompanharam a letra de olhos fechados. Em “Baader-Meinhof Blues” foi a vez de Dado brilhar. O guitarrista fez um solo excepcional e dividiu os vocais com Frateschi. Na música seguinte, “Soldados”, os dois protagonizaram uma encenação na qual o vocalista simulava levar tiros, oriundos da guitarra de Dado. Ao final da música, caiu no chão, como se tivesse morrido, mas foi ressuscitado pelos gritos “Uh é Legião”.

Com um timbre sempre eficiente e marcante, mas prejudicado pela acústica, que dificultava a audição em alguns pontos do local, o artista performou “Teorema”. O momento que se seguiu foi de participação do público que, quase em uníssono, cantou a maior parte de "Por Enquanto". A música encerrou a primeira parte do show, que reproduziu na íntegra o disco cujo aniversário deu origem à turnê.

Após uma breve pausa e um manifesto sobre a importância da música nos momentos de perturbação e dificuldade, a Legião Urbana voltou dando início a uma viagem por sua discografia. Tudo começou com um momento quase profético: Dado evocando "Tempo Perdido", como se fosse uma prece. Para completar a nostalgia, a notas de "Há tempos" preencheram todos os cantos da casa de shows. Ao fim canção, gritos de "Viva Renato".

Em seguida, a convidada Marina Franco foi chamada para apresentar "Dezesseis". A expressão de desconhecimento fora estampada no rosto dos fãs, mas foi rapidamente substituída pelo entusiasmo. Ao som das palmas sincronizadas e do verso “Bye, bye Johnny”, a cantora se despediu do palco, dando lugar, ironicamente, a Jonnata Doll, que teve seu momento de brilho na performance de "Fábrica".

Quando o artista saiu do palco, André voltou ao microfone e cantou "Eu Sei”, com direito a paradinha para o público acompanhar. Em perfeita sinergia, artista e plateia criaram um momento mais intimista, propício para a convidada que viria a seguir. Foi num ritmo desacelerado que Paula Toller apareceu no palco para deixar sua marca no show. Ovacionada e com sua característica voz suave, cantou "Antes das Seis" e "O mundo anda tão complicado". Abraçada em Bonfá e Dado, se despediu emocionada.

Um dos pontos altos da noite foi quando Bonfá assumiu o protagonismo para homenegear o filho. “Hoje é um dia especial, meu filho João Pedro, que está no Rio, está de aniversário. Eu queria cantar uma música especial para esse momento”, anunciou. Quando a primeira nota de “Pais e Filhos” foi tocada, um coro começou a entoar a letra do clássico de 1989. O refrão, uma espécie de mantra, foi cantado aos berros pelos fãs. Ao som de “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, alguns não conseguiram segurar as lágrimas.

Na sequência, “Angra dos Reis” e “Teatro dos Vampiros”, acompanhados de um caloroso "Uh é legião". A resposta veio com uma adaptação da célebre frase de Renato: "Vocês sabem que a Legião são vocês". Tal frase instaurou um estado de frenesi na plateia, que não parava de gritar. Em meio aos berros, outros clássicos foram apresentados. Primeiro, “Quase sem querer” e depois “Índios”, que encerraria o show em clima de festa, com os artistas pulando e cantando no palco.

Mas os fãs queriam mais e, para saciar a súplica dos seguidores, o grupo voltou ao palco para narrar a epopeia do tal João de Santo Cristo. Durante os mais de dez minutos de "Faroeste Caboclo", André não só cantava como interpretava cada linha da faixa. Na sequência, “Perfeição” emocionou o ambiente.

Mas foi ao ritmo da sempre adequada “Que país é esse?” que a Legião Urbana se despediu. Somente do palco, porque a noite de sexta-feira provou que as músicas da banda vão sempre acompanhar a memória e o imaginário do cenário musical brasileiro.

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