“Lembranças no Lago Dourado” aborda tempo, finitude e amizade
Espetáculo fica em cartaz até quinta-feira no Porto Verão Alegre
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Após 25 anos morando em São Paulo, Nora Prado, da Cia. Megamini, voltou há pouco mais de um ano à capital gaúcha, com marido e filhos. Encontrou seu amigo de longa data, Paulo Vicente, que a convidou para dirigi-lo com Cláudio, a partir de “O Gordo e o Magro”. Como o cinema mudo não era o que tinham em mente, partiram para uma improvisação acerca do reencontro de dois velhos amigos em uma casa de repouso. O texto foi escrito a quatro mãos, por diretora e elenco.
Ramiro, personagem de Paulo, é rabugento, conservador e pessimista, enquanto Bernardo (Benevenga) é mais aberto ao novo. Ambos vieram do Interior, sendo que o primeiro era um bon vivant, administrador dos bens da família; enquanto Bernardo, após ter se aposentado como professor e ter perdido a esposa, fica depressivo e vai para um asilo, por sugestão de seu geriatra. No Lago Dourado, revê seu amigo, deixado no local pela sobrinha, depois de saber que ele tem um aneurisma cerebral.
“É uma crônica sobre o tempo, a amizade, limitações da velhice e finitude da vida”, fala Nora Prado sobre o trabalho, sensível, lírico, com um tom de nostalgia e bom humor. A sexualidade na juventude e na maturidade e a busca de namoradas pela Internet são algumas situações abordadas na peça, que faz menção à cidade de Porto Alegre.