"Little America", a série que retrata os EUA pelo olhar do imigrante

"Little America", a série que retrata os EUA pelo olhar do imigrante

A segunda temporada chega nesta sexta-feira, dia 9, à Apple TV+, com a intenção de questionar o "sonho americano"

AFP

“Little America”, série aclamada pela crítica norte-americana, é criada pelo indicado ao Emmy Award Lee Eisenberg

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Oito episódios e igual número de fragmentos dos Estados Unidos pelo retrato de seus imigrantes. A segunda temporada da série "Little America" chega nesta sexta-feira, dia 9, à Apple TV+, com a intenção de questionar o "sonho americano" - diz Sian Heder, uma de suas criadoras e produtoras, à AFP.

Da família Song e sua loja-ateliê de "sombreros" em Detroit a Jibril, um cozinheiro somali de Minneapolis e seus deliciosos kebabs de carne de camelo - inspirados no chef Jamal Hashi -, este "sonho americano" e seu ideal de sucesso pela força do trabalho e da perseverança estão no centro dessas histórias de vida, retratadas em episódios que duram menos de 40 minutos.

O preço a pagar, porém, é o desenraizamento, as dificuldades econômicas, a pressão familiar para alcançá-lo, ou, às vezes, a decepção de encontrar uma cidade como Nova York, artificial e fútil, sentimentos que também aparecem nos episódios inspirados em histórias reais.

Uma delas é a de Zahir, um pianista afegão que fugiu dos talibãs. Ele conseguiu se matricular no conservatório de Nova York, mas teve de deixar sua mãe em sua terra natal.

"Um dos temas que queríamos explorar é o que acontece quando o sonho americano não funciona como se esperava", explica Heder, uma das criadoras da série, junto com o ator paquistanês-americano Kumail Nanjiani.

- 'Pressão inacreditável' -

Para a diretora do filme "Coda", vencedor do Oscar 2022 na categoria de melhor filme, trata-se de mostrar que "a própria ideia dos Estados Unidos Estados que consiste em dizer 'arregace as mangas', o capitalismo, que 'depende de você fazer dar certo', exerce uma pressão incrível sobre as pessoas".

"É a terra das oportunidades, mas não há muitas redes de segurança neste país para segurar você, se você não conseguir", afirma.

Depois de uma primeira temporada no início de 2020, durante o mandato do presidente Donald Trump, na qual "sentíamos que tínhamos que ser muito otimistas e positivos", desta vez, "provavelmente temos mais liberdade para explorar as nuances e as complicações do que o sonho americano significa".

A série é uma adaptação dos retratos de imigrantes feitos pela Epic Magazine. Alguns dos episódios têm humor e descontração, como o de um imigrante do Sri Lanka no Texas que participa de um concurso de beijos de carros. Nele, quem ficar mais tempo com os lábios colados na carroceria, ganha o veículo. Outros episódios estão disponíveis em podcast.

"O que buscamos, nas nossas histórias, é, de certa maneira, pessoas muito normais", completa Heder.

Nem heróis, nem vítimas.

Esse mosaico cultural se reflete nos diálogos dos atores, frequentemente em sua idioma original, e em alguns detalhes, como a comida na mesa de jantar. Cada episódio termina com um epílogo, no qual se revela o personagem real que inspirou a história.

 


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