Live que virou disco

Live que virou disco

Sepultura lançou ‘SepulQuarta’, gravado a partir de lives realizadas durante a pandemia, nas quais os músicos recebiam convidados para papo, histórias e ‘jam sessions’

Chico Izidro

Com o final da quarentena na Europa, o Sepultura já se programa para retomar as turnês e tem show marcado para novembro, na Dinamarca

publicidade

Com a pandemia do coronavírus, várias categorias sentiram muito o impacto em suas atividades, entre elas a classe dos músicos, que sobrevive principalmente de shows. A banda mineira de heavy metal Sepultura, que recém havia lançado o disco “Quadra”, foi obrigada a parar sua agenda, que já listava turnês pelos Estados Unidos e pela Europa. Então, com todo mundo em quarentena, começaram a pipocar as lives. E o Sepultura, para manter os laços com o seu público, criou o evento semanal SepulQuarta, em que os músicos recebiam amigos e conhecidos para bater papo, contar histórias e fazer jam sessions. Agora, o projeto dá nome ao novo álbum do grupo, já disponível nas plataformas de streaming e em versões físicas, tanto em CD quanto em disco de vinil. O lançamento é mundial e para o Brasil, América Latina e México, e a distribuição é pela gravadora BMG Brasil. A gravadora Nuclear Blast fará a distribuição na Europa e Estados Unidos.

“O SepulQuarta foi gerado bem no início da pandemia, quando tudo estava parado”, conta o guitarrista Andreas Kisser. “Tínhamos um novo álbum lançado, mas não podíamos fazer turnê. Por isso, criamos este evento recorrente, em que poderíamos conversar com nossos fãs ao redor do mundo, tocar nossa música e trocar ideias. SepulQuarta nos manteve vivos e fortes durante um dos momentos mais difíceis da história da humanidade", agradeceu o músico, na banda desde 1987, quando substituiu Jairo Guedez.

A banda não era a única a se sentir isolada e então começou a entrar em contato com amigos e músicos pelo resto do mundo. “Pedimos que eles não apenas fizessem apenas parte do programa semanal, mas também tocassem faixas clássicas do Sepultura”, relembra Kisser. “Nós quisemos chamar pessoas com as quais já tivéssemos conexões, com quem fizemos turnê ou artistas que admiramos”, conta Derrick Green, vocalista do grupo. Assim, com cada um de suas casas, artistas do meio roqueiro como David Ellefson (ex-Megadeth), Devin Townsend, Scott Ian (Anthrax), Danko Jones, Matt Heafy (Trivium), Alex Skolnick (Testament), João Barone, Charles Gavin, Phil Campbell (ex-Motörhead) e muitos outros gravaram uma faixa junto com a banda. O programa acabou trazendo ao mundo 28 vídeos, dos quais 15 foram selecionadas para o novo disco. A tracklist passa por faixas menos frequentes nos setlists dos shows do Sepultura, como “Apes of God”, “Hatred Aside” e “Slaves of Pain”, mas também pelas composições mais frequentes, como “Ratamahatta”, “Sepulnation” e “Kaiowas”. “O disco foi se criando, não foi planejado. Criar dentro dessa dinâmica é uma coisa muito nova pra gente”, afirma Andreas. A faixa “Ratamahatta”, originalmente do disco “Roots”, de 1996, teve a presença dos bateristas João Barone, do Paralamas do Sucesso, e Charles Gavin, ex-Titãs. “Não tem o que falar de Titãs e Paralamas”, destaca Kisser. “Principalmente Titãs, que fizeram uma obra-prima do rock brasileiro, que é Cabeça Dinossauro”, elogiou. “Ter trabalhado com estes dois foi simplesmente uma honra.” As músicas foram mixadas e masterizadas por Conrado Ruther.

Agora, com o final da quarentena no Velho Continente, o Sepultura já se programa para retomar as turnês por lá. Já há show programado para 4 de novembro, em Copenhague, na Dinamarca. “Quero tocar, me dá um palco, urgente”, brinca o guitarrista. “Agora, falando sério, estamos prontos para tocar. O show está montado e queremos tocar o ‘Quadra’. Estamos trabalhando para que as turnês voltem. Claro, dependemos de vistos para podermos nos movimentar pela Europa. E em condições seguras”, completa. O baterista Eloy Casagrande está ansioso pela volta aos palcos, mesmo se achando um pouco negativo. “Tenho impressão, às vezes, de que nunca mais sairemos deste formato on-line”, disse o mais novo da banda, tendo entrado em 2011, com apenas 20 anos. Hoje ele está com 30. “As pessoas querem que a gente volte a tocar, nós queremos. Então é preciso seguir as determinações sanitárias, e, por favor, tomem a vacina.” Completam o grupo Derrick Green, vocalista desde 1998, e o baixista Paulo Xisto, único membro da formação original.

 

 

As Faixas

A lista das músicas do ‘SepulQuarta’ com os músicos convidados:

01. Territory (David Ellefson)

02. Cut-Throat (Scott Ian)

03. Sepulnation (Danko Jones)

04. Inner Self (Phil Rind)

05. Hatred Aside (Angélica Burns, Mayara Puertas & Fernanda Lira)

06. Mask (Devin Townsend)

07. Fear, Pain, Chaos, Suffering (Emmily Barreto)

08. Vandals Nest (Alex Skolnick)

09. Slave New World (Matthew K. Heafy)

10. Ratamahatta (João Barone & Charles Gavin)

11. Apes Of God (Rob Cavestany)

12. Phantom Self (Mark Holcomb)

13. Slaves Of Pain (Fred Leclercq & Marcello Pompeu)

14. Kaiowas (Rafael Bittencourt)

15. Orgasmatron (Phil Campbell)


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta sexta-feira, dia 26 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895