Livro com sabedorias indígenas no Centro Cultural da Ufrgs

Livro com sabedorias indígenas no Centro Cultural da Ufrgs

Obra bilíngue (guarani/português)", escrito e ilustrado pelos indígenas Geronimo Morinico Franco e Jackson Alexandre Ramos, traz histórias transmitidas pelo povo Guarani Mbya


Correio do Povo

Jackson Alexandre Ramos é um dos autores da obra que está sendo lançada nesta segunda, no Centro Cultural da Ufrgs

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A Physalis Editora  lança nesta segunda-feira no final da tarde o livro "Arandu mirim: pequenas sabedorias" (Physalis Editora, 52 páginas), escrito e ilustrado pelos indígenas guarani Geronimo Morinico Franco e Jackson Alexandre Ramos. O livro bilíngue (guarani/português) tem coordenação editorial de Elaine Maritza, projeto gráfico de Martina Schreiner, além da consultoria da professora Ana Lúcia Liberato Tettamanzy, docente do Instituto de Letras/Ufrgs. O debate e lançamento está sendo realizado no final da tarde desta segunda-feira no Auditório Jacarandá e Hall Cinamomo do  Centro Cultural da Ufrgs (Eng. Luiz Englert, 333). O debate reúne os autores e a coordenadora editorial Elaine Maritza da Silveira, mediados pela professora Ana Lúcia Tettamanzy. O lançamento segue até as 18h30min. ,

 

O livro traz quatro histórias de sabedoria indígena. Os autores explicam o propósito deste registro impresso: “Neste livro, tem histórias contadas pelos nossos velhos, histórias que ouvimos em diversos espaços da aldeia. Mas as histórias surgem quando são necessárias. Pode ser ao redor do fogo, na mata. Hoje, pode ser na escola, mas não é só nela”, comenta Gerônimo. E Jackson acrescenta “Sempre tive vontade de, algum dia, escrever essas histórias e vê-las publicadas em livros, porque são histórias de aprendizagem que até nos dias de hoje são ainda contadas e valorizadas por nosso povo.”

 

A professora Ana Lúcia Liberato Tettamanzy reitera a importância desta publicação: “As histórias deste livro, assim como a experiência de estar junto na aldeia, permitem conhecer um pouco mais sobre a diversidade do mundo. Com aparente simplicidade, os Guarani Mbyá têm muito a ensinar sobre viver com alegria, respeitando velhos e crianças e cuidando da terra e de seus viventes enquanto cantam e agradecem às divindades por mais um dia.”

 

“Para nós, Guarani Mbya, o escuro é responsável por todo o Universo, tudo que é criado brota do escuro: a terra, a água, as montanhas, nós todos. Da origem de nossa ancestralidade, seguimos conservando nossa memória, cuidando do nosso território sagrado, Nhe’ery, que nos ensina cada dia a conviver com todos os seres em harmonia. Seguimos com as crianças, nossos rezadores e rezadoras, entoando cantos sagrados para que a floresta continue viva e para que continuemos tendo as plantinhas que curam, as frutinhas que alimentam e a alegria que motiva o nosso caminhar junto ao Bem Viver”, destaca o cineasta Carlos Papá. 

 

 



 

Autores

Jackson Alexandre Ramos, da etnia indígena Mbya Guarani, tem 39 anos e nasceu numa aldeia do município de Salto do Jacuí, no Rio Grande do Sul, em 5 de dezembro de 1982. Atualmente, reside na Tekoa Anhetenguá (Aldeia Verdadeira), localizada no bairro Lomba do Pinheiro, na Zona Leste da cidade de Porto Alegre. Foi professor na escola dessa aldeia durante seis anos, dando aula para as séries iniciais e de língua Guarani para as séries finais.

Gerônimo Morinico Franco. Esse nome é, na verdade, um apelido. Na sua língua, seu nome é Verá Tupã. É um Mbya Guarani de 42 anos. Hoje, é professor na escola da aldeia Yvy Poty (Flor da Terra), que fica no município de Barra do Ribeiro. Ao longo dos tempos, aprendeu algumas coisas sobre contar histórias. “Sempre peço força a Nhanderu para o registro na escrita, para ele autorizar o que vou falar. E a pesquisa faço dentro de mim, no meu coração”, observa.

 

Arandu Mirim: pequenas sabedorias (Physalis Editora, 52 páginas, R$49, ISBN 978-65-87453-53-8). Texto  bilingue (guarani e português) e ilustração dos indígenas Gerônimo Morinico Franco e Jackson Alexandre Ramos

 

 

 


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