Livro póstumo de Gilberto Dimenstein ganha lançamento virtual

Nesta quarta-feira, a partir das 18h, a Livraria da Vila (São Paulo) homenageia o jornalista e escritor Gilberto Dimenstein e promove o lançamento virtual de seu livro póstumo, "Os Últimos Melhores  Dias de Minha Vida", pela Editora Record. Escrito por Dimenstein em parceria com Anna Penido, sua mulher e também jjornalista, a obra revela episódios e reflexões do autor ao longo dos 10 meses entre o diagnóstico de câncer e sua morte, em maio de 2020. O evento, transmitido online no Facebook da Livraria da Vila, será gravado na unidade Fradique Coutinho - local querido por Dimenstein - onde o presidente da entidade, Samuel Seibel, conduzirá um bate-papo com Anna Penido.

A música clássica, gênero favorito do autor, não poderia ficar de fora no evento e estará representada por uma apresentação do Quarteto de Cordas da Orquestra Sinfônica de Heliópolis, projeto que Dimenstein apoiou ao longo de sua vida. Além do quarteto, o pianista André Mehmari também fará parte da trilha sonora, performando as músicas favoritas do autor. Outra presença confirmada é de Ana Cláudia Arantes, médica especializada em cuidados paliativos que acompanhou Dimenstein no último mês de sua vida, que também assina a orelha do livro
.
Ao longo de sua carreira Dimenstein se consagrou como um dos mais célebres jornalistas brasileiros. Foii diretor da Folha de S. Paulo, veículo no qual atuou durante 28 anos, passou ainda por outros veículos de peso, como rádio CBN, Jornal do Brasil, O Globo, Correio Braziliense, Última Hora, Veja e Revista Visão. Em 2008 criou o portal Catraca Livre, projeto vencedor do Prêmio de Veículos de Comunicação (2017), Prêmio JJovem Brasileiro (2015 e 2016), E-award (2014) e Digitalks (2015) e passou a se dedicar mais intensamente às causas sociais e à mídia alternativa.

Livro

A descoberta do câncer trouxe a Dimenstein uma reavaliação de valores, e na publicação ele entrega ao público um relato autobiográfico sobre como enfrentou um grave câncer, narrando o processo a partir do olhar apurado dos mais de 30 anos de carreira no jornalismo. O livro foi escrito a 4 mãos, sua esposa Anna Penido redigiu os capítulos finais da publicação quando o jornalista já não tinha mais forças para digitar. A partir de depoimentos, lembranças e rememorações, delicadamente ilustradas pelo artista plástico Paulo von Poser, ele reforça que seus últimos melhores dias não foram os únicos grandes momentos de sua vida: experimentou também inúmeras realizações profissionais, viagens, encontros, concertos inesquecíveis de música (uma de suas grandes paixões) e a alegria de ouvir o neto chamá-lo de vovô Gil pela primeira vez. Mas estes melhores dias vividos após a descoberta do câncer — no pâncreas, uma das formas mais agressivas da doença — foram os mais cúmplices, profundos e felizes.

Para alguém que, em suas próprias palavras, “passou a vida toda desconectado, apavorado e ansioso”, a sensação de estar vivo e de poder compartilhar a vida com as pessoas que ama, agregando novo significado à existência, se compara ao momento em que a taturana se reconhece como borboleta. Graças a esta obra, e ao legado que o autor nos deixa, os últimos melhores dias de Gilberto Dimenstein serão eternos.