Longa "Julieta" chega soterrado pelo Panama Papers

A revelação de uma conta nas Ilhas Virgens britânica, datada de 1991 (embora não tenha ficado claro se a sociedade chegou a ter capital) jogou a produtora cinematográfica espanhola El Deseo, dos irmãos Pedro e Agustín Almodóvar, no olho do furacão provocado nos últimos dias pelo escândalo de corrupção denominado “Panama Papers”. 

A confusão, que segundo Agustín seria culpa apenas de sua pouca habilidade em lidar com dinheiro, prejudicou nos últimos dias a campanha de lançamento do novo filme da El Deseo, “Julieta” que chega aos cinemas da Espanha esta semana quase sem divulgação, cancelada após a revelação da longa lista de personalidades envolvidas.  

Marcando a aguardada volta do chamado “cinema-de-mulheres” do diretor (cujo expoente ainda é “Tudo Sobre Minha Mãe”) “Julieta” acompanha o intervalo de 30 anos (de 1985 a 2015) na vida da protagonista interpretada quando jovem por Emma Suárez e na maturidade pela atriz Adriana Ugarte.

Nos anos 80 Julieta está começando sua trajetória de vida, uma época em que tudo parecia ser muito melhor. Em 2015, quando nada parece ter conserto, ela está quase à beira da loucura. A trama é contada pelo ponto de vista da filha de Julieta interpretada por Blanca Pares. 

“Julieta” é ainda o primeiro filme de Pedro Almodóvar sem sua atriz coringa, Chus Lampreave, que morreu este mês. Do seu tradicional elenco, a única presente neste novo drama feminino é Rosy de Palma. O restante é formado pelo argentino Dario Grandinetti, Inma Cuesta, Nathalia Pozo, Pilar Castro, Daniel Grao, Joaquim Notario e Michelle Jenner. O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil.

Assista ao trailer: