Maestro Antônio Borges-Cunha celebra 70 anos de vida
Para marcar a data, serão promovidos dois concertos, lançamentos de três singles e de um clipe
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Para celebrar os 70 anos de idade do admirável maestro Antônio Borges-Cunha serão promovidos eventos especiais neste mês de outubro: dois concertos, lançamentos de três singles e de um clipe. Por 20 anos, Cunha esteve à frente da Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, e, por 17 anos, da Orquestra Sesi/Fundarte. Até hoje colabora com a formação de gerações de músicos e pesquisadores no Instituto de Artes da UFRGS, nos âmbitos da graduação e pós-graduação.
Clipe no dia 21 de outubro
Nesta sexta-feira, dia 21 de outuro, aniversário de Antônio Borges-Cunha, será lançado em seu canal no YouTube (youtube.com/ACBorgesCunha), o clipe de "Monólito", composição de 1980 para acordeon. Dirigido por Rodrigo Alencastro, o vídeo revela a intensa e solitária figura do maestro com seu acordeon, imerso em suas partituras e acordes. "Monólito" foi captado por Reveber Filmes, no Transcendental Audio, em 2021, e gravado e mixado por Leo Bracht.
Concertos
No dia 22 de outubro, às 19h30min, será promovida uma apresentação no Palco Bell’Anima, localizado no Recanto Maestro, distrito de São João do Polêsine, região Central do Estado, com músico convidados. Ingressos aqui.
Em seguida, sábado, dia 29 de outubro, às 21h, a festa musical ganha o palco Theatro São Pedro (Praça da Matriz, s/n), em Porto Alegre. Será realizado um concerto totalmente dedicado à produção do maestro, com a presença de seus filhos Vagner Cunha e Moisés Bonella Cunha, que vem especialmente dos Estados Unidos para a homenagem. Além da participação dos pianistas Celso Loureiro Chaves e Ney Fialkow; do percussionista Ernesto Fagundes e de uma orquestra formada por 30 músicos, incluindo estudantes do curso de Música da Ufrgs. Ingressos aqui:
Lançamentos de singles
Integrando às comemorações dos 70 anos, Borges-Cunha estreia nas plataformas de streaming com três singles. "WA", "Ancient Rhythm" e "InstalaSom". "Ancient Rhythm", já disponível, foi gravado ao vivo na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA), com Orquestra de Cordas, quatro clarinetes e cinco percussionistas, sob regência de Harvey Sollberger em 16 de fevereiro de 1994.
"WA" para violão e percussão chegará às plataformas no dia 14 de outubro com interpretação de Paulo Inda (violão) e Samir Hatem (percussão). "WA" é uma palavra japonesa que significa harmonia, resultante do desejo de fusão e complementação de forças aparentemente antagônicas. Inda e Hatem atuam também como vocalistas, utilizando como texto dois haikais do poeta japonês Matsuo Bashô (1644-1694) e fragmentos de um Eugen Gomringer (1925), publicado em 1983. "WA" foi composta em 2001 sob encomenda do violonista Fábio Shiro Monteiro.
No dia 28 de outubro é a vez de "InstalaSom" para flautas indígenas, ocarinas, flautas transversas, clarinete, trombone, piano e percussão. A obra foi gravada em agosto de 1989 por Marcelo Sfoggia, com a participação de Artur Elias Carneiro (zampoña e quena), Ana Lúcia Louro e Rodrigo Carraro (flauta transversal), Eldad Chapper (clarinet), Julio Rizzo e Herbert Moreira (trombones), Carlo Pianta (ocarina e percussão), Guenther Andreas Leyen e Gideon Babalola Idowu (percussão) e Dúnia Elias (piano).
O maestro revela que: “InstalaSom foi concluída somente em 1989 pelo estímulo da artista plástica Maia Mena Barreto. Ela propôs a realização de uma instalação em que objetos fazem referência à sonoridade e à estrutura da música e vice-versa (objetos primitivos: porongos, barba-de-pau e ferro). No catálogo da instalação de Maia, escrevi que InstalaSom é mais que a integração entre música e artes plásticas. É principalmente a integração de culturas e valores aparentemente opostos. A cultura ocidental representada por instrumentos musicais de tradição europeia vai ao encontro da cultura primitiva, apresentada através dos instrumentos musicais indígenas e pelo material básico utilizado pela artista plástica”.
No dia 12 de novembro
Antônio Borges-Cunha participará ainda como compositor e maestro convidado da OSPA no dia 12 de novembro. O programa inclui a estreia da versão sinfônica de seu “Concerto para viola e orquestra”, tendo a instrumentista bielorrusa Darya Filippenco como solista.
Antônio Borges-Cunha
O concerto que festeja suas sete décadas de vida está centrado no lado compositor do conhecido maestro. São 40 anos de produção, com obras que há um tempo não são apresentadas, e cujas gravações apenas recentemente têm sido disponibilizadas nas plataformas digitais.
Nascido em Bom Jesus, em 1952, Cunha iniciou-se no ofício da composição na década de 1980. Ao longo desse percurso, desenvolveu seu idioma composicional peculiar, integrando culturas e valores aparentemente antagônicos.
“Refletindo sobre minhas origens, sobre o estilo de vida quase primitivo de minha infância, talvez meu interesse por sons e timbres desvinculados do contexto melódico tenha raízes na minha convivência diária e direta com a natureza e com os animais”, releva Antônio Borges-Cunha no encarte do CD “Pedra Mística” (2000), que registra algumas de suas obras autorais.