Margs completa 60 anos neste domingo

Margs completa 60 anos neste domingo

Instituição amplia acervo, qualifica seus espaços e garante prestígio aos 60 anos

Leticia Prauchner / Correio do Povo

Margs amplia acervo, qualifica seus espaços e garante prestígio aos 60 anos

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Domingo é dia de festa para as artes no Estado. O Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs) completa seis décadas com várias razões para comemorar. A instituição, que guarda um acervo de 3,3 mil obras, vive um momento de valorização e projeção no cenário nacional. Estruturalmente, nos últimos quatro anos passou por reformas nas galerias, troca de piso e iluminação, modernização dos sistemas de segurança, conclusão do Plano de Prevenção contra Incêndios (ainda raro em boa parte das instituições museológicas), controle de climatização e outras melhorias.

Mas são as prioridades assumidas na política de aquisição de obras realizada através de editais de compra e doações de colecionadores e artistas que fazem com que o Margs, segundo o diretor Gaudêncio Fidelis, tenha potencial para figurar entre os mais destacados museus de arte do país. O Margs é um museu enciclopédico, que cobre um vasto período de produção, de meados do século XIX até a contemporaneidade. Enfatiza a arte do nosso estado, mas também representa muito bem a arte brasileira. Pela primeira vez temos um núcleo de curadoria (com Ana Zavadil à frente), e podemos criar exposições bem pensadas, amadurecidas, financiadas e, o mais importante, produzidas pelo museu.

"É um momento de protagonismo inédito”, observa Fidelis. A seleção das obras adquiridas nos últimos quatro anos reflete a busca por uma identidade própria, com foco em uma narrativa mais linear para o acervo. "É importante reverter a percepção de que o Museu é apenas uma ‘coleção de figuras’ aleatórias, com uma ou outra obra de muitos autores. Queremos constituir grupos significativos de obras de artistas fundamentais, então nossa prioridade é adquirir conjuntos que reflitam trajetórias. Aprofundar as coleções será o nosso diferencial”, destaca. Também teve início a aquisição de obras para coleções de design e de arte estrangeira contemporânea.

Outra área em que o Margs se destaca é pelo trabalho de restauro. Em quatro anos, cerca de 40 obras foram restauradas, atendendo também a outras instituições, como o Museu Histórico Farroupilha, de Piratini, Museu de Arte Contemporânea do RS e Museu Julio de Castilhos. Mas aos poucos o espaço vai ficando pequeno para a demanda. Estamos chegando ao limite, tanto em volume de trabalho quanto na possibilidade de receber obras de maior dimensão. O caminho é de inevitável crescimento, e acreditamos que falte pouco para conquistar o tão esperado anexo do Margs”, adianta Fidelis. A nova área, próxima ao Museu, possibilitará a criação de três reservas técnicas (para restauro e armazenagem de obras, inclusive em grandes dimensões) e novos espaços expositivos.

Permitirá, ainda, a separação adequada do acervo em papel, pinturas e trabalhos tridimensionais, aspecto crucial para a conservação a longo prazo. “O Margs tem tudo para se tornar um dos maiores museus brasileiros. Hoje, ele cede obras para grandes instituições internacionais, como o Tate Modern, de Londres, que atualmente exibe uma peça restaurada aqui, da artista Romanita Disconzi (na mostra “The World Goes Pop”). Já o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal nos visitou recentemente, interessado em montar seu próprio memorial e em conferir aspectos em que o Margs já é visto como referência”, relata Fidelis. Na área de projetos educativos, o Museu mantém convênio com o curso de Artes Visuais da Uergs, e conta com o trabalho voluntário da Associação de Amigos (Aamargs) para realizar atividades que aproximam Museu e comunidade.

No dia 23 de agosto, inaugura mostra retrospectiva de Gilda Vogt, e em outubro lançará seis publicações.


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