Medalhões da direção voltam a Cannes

Medalhões da direção voltam a Cannes

Ken Loach, Pedro Almodóvar e Martin Scorsese são alguns nomes que concorrem à disputa

AE

Cartaz oficial do 76º Festival de Cinema de Cannes com uma fotografia da atriz Catherine Deneuve por Jack Garofalo, em frente ao Palais des Festivals em Cannes

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Na acirrada disputa, Ken Loach, de 86 anos, volta ao páreo com o que diz ser seu último longa. O inglês concorre com "The Old Oak", sobre um bar que está para fechar as portas, abrigando em seu balcão uma série de beberrões que traduzem mazelas europeias. Já Nanni Moretti jura que veio para ganhar - ou se reinventar - com o musical "Il Sol Dell’Avvenire". E Wim Wenders tem entrada dupla no festival deste ano. Fora de concurso, exibe o documentário "Anselm" (sobre o artista visual Anselm Kiefer) e, na mostra competitiva, com "Perfect Days", rodado no Japão. Aliás, Hirokazu Kore-eda será um dos primeiros a concorrer, falando do processo educacional japonês em "Monster".

Em seu primeiro dia, antes da projeção de Jeanne du Barry, estrelado e dirigido por Maïwenn, com Johnny Depp falando francês no papel de Luís XV, o ator e produtor Michael Douglas vai receber uma Palma de Ouro Honorária, pelo conjunto de seus sucessos.

"Enfrentei um câncer sem nunca arredar o pé das telas, tentando trabalhar sem jamais deixar minha família de lado, e com o exemplo de meu pai (o ator Kirk Douglas) para seguir em frente", disse Douglas ao Estadão, em recente entrevista.

Quinta, 18, será o dia de a sessão de Indiana Jones e a Relíquia do Destino transformar o festival em um evento de Hollywood e assegurar a Cannes seu segundo tributo de 2023, agora a Harrison Ford, nos moldes do que se viu em 2019 com Sylvester Stallone e em 2022 com Tom Cruise.

ALMODÓVAR

Mas, antes, na quarta, o foco estará em Pedro Almodóvar e seus astros Pedro Pascal e Ethan Hawke, com a projeção do western "Extraña Forma de Amar". É a segunda narrativa do espanhol em inglês, depois de "A Voz Humana" (2020), com Tilda Swinton, que, como o faroeste, é um curta.

No mesmo dia de "Indiana Jones", o diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho regressa à Croisette, quatro anos depois do Prêmio do Júri dado a "Bacurau", para exibir o documentário "Retratos Fantasmas". O longa pode dar a ele o troféu L’Oeil d’Or (a Palma dos documentários), mesmo fora da disputa oficial. É um estudo documental que parte de fotos, sobretudo de salas de cinema, para propor um ensaio sobre a memória. "Palácios de cinema em centros de cidades são comuns a muitos outros lugares do mundo", diz Kleber. "Mas ocorre que sou pernambucano, recifense, e parti desse mote para mostrar uma geografia da minha cidade de um ponto de vista pessoal."

Na sexta, 19, com a sessão Cannes Classics, o festival volta a discutir memória sob a ótica brasileira. Nesse dia, a produtora Ivelise Ferreira presta homenagem a seu companheiro de vida com a projeção de "Nelson Pereira dos Santos - Vida de Cinema", dirigido junto com a professora e cineasta Aída Marques. É uma carta de amor ao diretor de "Vidas Secas" (1963), com registros de entrevistas e imagens de set.

Este promete ser o festival dos festivais. Afinal, Martin Scorsese retorna à maratona midiática que lhe deu uma Palma de Ouro (em 1976, por "Táxi Driver") com "Assassinos da Lua das Flores", no qual narra a origem do FBI a partir de um massacre indígena. É um convite ao Oscar.


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