"Mein Kampf" é relançado e traz debate sobre extremismo

"Mein Kampf" é relançado e traz debate sobre extremismo

Versões comentadas do livro agora são permitidas e defendidas por "contextualizar os escritos de Hitler"

AFP

Livro entrou em domínio público em 1º de janeiro

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"Mein Kampf", o livro de Hitler que passou para domínio público no dia 1º de janeiro, está sendo lançado pela primeira vez desde 1945 na Alemanha com fins pedagógicos, apesar das reticências que suscita a visibilidade dada ao panfleto nazista. "Trata-se de romper o mito em torno desse libelo antissemita", afirmou, no início de dezembro, Andreas Wirsching, diretor do Instituto de História Contemporânea (IFZ), de Munique.

A equipe de Wirsching assumiu em 2009 a tarefa grande e controversa de reunir as 3500 notas históricas que acompanham o texto. Na verdade, a Alemanha continua proibindo a publicação do texto puro sob ameaça de ações legais por incitação ao ódio,  mas as versões comentadas agora são possíveis.

A iniciativa do IFZ, que causou mal-estar nas autoridades bávaras, é "contextualizar os escritos de Hitler". "Como nasceram suas teses? E, principalmente, como podemos opor com nossos conhecimentos de hoje às inúmeras afirmações, mentiras e declarações de intenção de Hitler?", questiona o instituto. Um sindicato de docentes alemães declarou-se favorável a este relançamento para "imunizar os adolescentes contra o extremismo", mas descarta que seja "uma leitura obrigatória".

Tabu em Israel

"Conhecer 'Mein Kampf' continua sendo importante para explicar a Shoah e o nacional socialismo", afirma Josef Schuster, presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, que, no entanto, teme que a obra a presença maior da obra no mercado. Em Israel, a difusão da obra continua proibida a um público maior, e agora essa situação deverá mudar.



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