Mercado editorial encolhe 39% em 16 anos, aponta pesquisa da Nielsen

Mercado editorial encolhe 39% em 16 anos, aponta pesquisa da Nielsen

O melhor desempenho do mercado editorial em 2021, especialmente na venda de livros de obras gerais e religiosos, foi festejado pelo setor

AE

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O melhor desempenho do mercado editorial em 2021, especialmente na venda de livros de obras gerais e religiosos, foi festejado pelo setor - mas não foi o suficiente para mudar o cenário de crise intensificado a partir de 2015.

A série histórica da pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial Brasileiro revelou que o faturamento das editoras com as vendas para o mercado, ou seja, para livrarias e outros canais que atendem o público final, registrou queda acumulada de 39%, em termos reais (já descontada a inflação), desde 2006. No levantamento anterior, que acrescentava ao histórico os números de 2020, essa queda foi de 30%. E no anterior a este, com os dados do último ano pré-pandemia, 2019, a queda real foi de 13%.

A pesquisa, que mostra, então, o desempenho do mercado editorial nos últimos 16 anos, quando ela começou a ser feita pela Fipe (hoje, a Nielsen Book Data é a responsável), foi apresentada na Bienal do Livro de São Paulo na terça, 5, pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e Nielsen.

Se considerarmos o período entre 2014 e 2021, o pior vivido pelos editores, essa queda real na venda pra o mercado fica em 37%. A crise macroeconômica foi apontada como o principal fator para essa sucessão de desempenhos negativos. Nesse período, porém, houve também a crise da Saraiva e da Cultura e a pandemia do coronavírus.

ANO MELHOR

Em 2021, segundo a pesquisa Produção e Venda do Setor Editorial, divulgada em maio, o mercado editorial registrou uma retração real de 4% no faturamento - também considerando apenas as vendas para o mercado.

Foi um desempenho negativo, mas melhor do que o registrado nos anos anteriores. O subsetor de Didáticos e Científico, Técnico e Profissional puxaram os número para baixo. O de obras gerais registrou crescimento real de 4%.

"Dependendo do editor com quem você converse, a história vai ser diferente. Mas o que vemos é que, nos momentos de queda da economia, os números do mercado despencam. Quando a economia sobe, há estabilidade - e não crescimento na mesma medida. Isso mostra que falta fomento à leitura no Brasil. A pandemia melhorou um pouco o cenário e espero que o hábito de leitura se mantenha", diz Dante Cid, presidente do Snel.


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