Metal se despede ensurdecedor do Rock in Rio

Metal se despede ensurdecedor do Rock in Rio

Slipknot e Faith no More eram os mais aguardos na quinta noite do festival

AE

Slipknot e Faith no More eram os mais aguardos na quinta noite do festival

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Tinha tudo para ser pesado. E foi, como mandava o figurino. Fato é que a última noite do metal da sexta edição brasileira do Rock in Rio proporcionou aos fãs uma miscelânea sonora dentro do heavy metal. Slipknot, Faith no More, Mastodon e De La Tierra, as principais atrações dessa sexta no Palco Mundo tinham duas coisas em comum: o peso ensurdecedor das guitarras e as batidas frenéticas da bateria.

No mais, eram completamente diferentes. Surgiu ali uma boa oportunidade para perceber quanto o estilo e seus subgêneros são distintos e não podem ser inseridos dentro do mesmo pacote. A dissonância antagônica de maior intensidade ficou por conta dos shows mais aguardados da sexta-feira: Slipknot e Faith no More.

Os principais símbolos do embate são os vocalistas de cada um dos grupos. Eles, inclusive, já roubaram a cena em outras edições do Rock in Rio. Corey Taylor, que comandou grande show do Slipknot em 2011 e foi promovido a headliner deste ano, e Mike Patton, que à frente do Faith no More, tirou holofotes do Guns N' Roses na edição de 1991, realizada no Estádio do Maracanã.

O Faith no More entrou no palco na quinta noite do Rock in Rio 2015 com todos os integrantes vestindo branco e abriu com a música "Motherfucker", do novo disco do grupo. Patton arriscou várias palavras em português e chegou a se atirar de uma passarela em direção ao público no meio da terceira música, " Caffeine". A peripécia não funcionou muito bem e o músico acabou caindo no fosso entre a grade que separa o público e a impresa, mas retornou em seguida sem problemas.

O Slipknot encerrou as apresentações da quinta noite de festival com um show cheio de performance, vibração e interação com o público. A banda não decepcionou a legião de fãs e tocou canções consagradas pelos e também músicas do novo disco, "The Gray Chapter", como "The Devil in I".

Enquanto os mascarados norte-americanos oriundos das profundezas do Estado de Iowa fazem um nu-metal mais sombrio, a banda liderada pelo excêntrico vocalista Mike Patton entra na linha do funk. O metal alternativo do Mastodon e o rock latino do De La Tierra seguem uma proposta mais "ousada". O caleidoscópio sombrio, portanto, parecia uniforme para os leigos de plantão. Não era, de fato. E isso ficou evidente diante do público heterogêneo do palco principal. A maioria fãs do Slipknot.

Palco Sunset

De versões de clássicos de filmes de terror a acrobacias acompanhadas por uma pequena orquestra. A guitarra deu as caras pela última vez como o instrumento-base para o heavy metal e rock pesado nesta sexta-feira, 25, como atração do Palco Sunset, mas não se despediu de forma melancólica. Trouxe peso nesse canto do cisne do instrumento no Rock in Rio 2015.

Nos dois dias restantes, ela será deixada de lado para outras experimentações. Neste sábado, 26, abre as portas das influências mais africanas, desde o encontro de Angelique Kidjo e Richard Bona, e Sérgio Mendes e Carlinhos Brown. Claro, há, por exemplo, Erasmo Carlos e Ultraje a Rigor, e Brothers of Brazil e Glen Matlock, mas em nenhum deles o grave da guitarra passeia por caminhos obscuros e perigosos. No domingo, 27, então, nada chegará ao nível de ruído exibido nesses dias dedicados ao rock and roll.

De Steve Vai a André Abujamra, a guitarra teve seu protagonismo em uma tarde de público razoavelmente morno no Sunset. Talvez o calor do dia anterior exaltado nos noticiários tenha assustado aqueles que cogitaram chegar cedo à Cidade do Rock. Quem sofreu com isso foi o Sunset e suas atrações iniciadas sempre às 15h15. Dizer que havia mais de duas centenas de pessoas para a primeira atração de lá, o especial Clássicos do Terror, é arredondar para cima.

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