Morgan Freeman se desculpa após ser acusado de assédio sexual

Morgan Freeman se desculpa após ser acusado de assédio sexual

Sindicato americano dos atores já cogita retirar prêmio honorário dado ao artista neste ano

AFP

Morgan Freeman durante premiação do SAG

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Morgan Freeman pediu desculpas nesta quinta-feira após várias acusações de assédio sexual feitas contra ele, com as quais passou a integrar uma longa lista de celebridades em Hollywood envolvidas nesta tipo de escândalo. A rede de televisão CNN divulgou nesta quinta uma reportagem baseada em 16 depoimentos anônimos - oito deles de supostas vítimas - que descreveram a perturbadora conduta do aclamado ator no set de filmagem e em viagens promocionais.

"Qualquer pessoa que me conhece ou trabalhou comigo sabe que não sou alguém que intencionalmente ofenderia ou faria sentir incômodo", declarou Freeman rapidamente, que completa 81 anos na semana que vem, em comunicado. "Me desculpo com quem quer que tenha se sentido incomodado ou desrespeitado, nunca foi a minha intenção", disse o vencedor do Oscar por "Menina de ouro".

Desde outubro, quando explodiu o escândalo de abuso sexual em Hollywood com as acusações de assédio e estupro contra o produtor Harvey Weinstein - que deve se entregar na sexta-feira às autoridades em Nova York -, outras figuras públicas foram alvo de acusações estimuladas pelo surgimento de movimentos como #MeToo e Time's Up. O sindicato americano de atores, SAG, informou à AFP que analisa retirar um prêmio honorário que entregou a Freeman em janeiro por sua trajetória.

"São afirmações contundentes, devastadoras e absolutamente contrárias a todos os passos que estamos tomando para garantir um ambiente de trabalho seguro para os profissionais desta indústria", disse um porta-voz. "Qualquer pessoa acusada tem direito ao devido processo, mas nosso ponto de partida é acreditar nas corajosas vozes que denunciam incidentes de assédio. Dado que o senhor Freeman recebeu recentemente uma das homenagens mais relevantes do nosso sindicato (...) estamos analisando quais ações corretivas podem ser tomadas neste momento".

Rose McGowan, que acusou Weinstein de estuprá-la no festival de Sundance en 1997, tuitou: "Sei que os ídolos estão caindo, que dói esta decepção, mas imagina se essa pessoa que você achava conhecer por sua imagem te assedia sexualmente. Vamos em frente".

"Qual a sua opinião sobre o assédio sexual?"

A CNN citou uma jovem assistente de produção que disse ter sido assediada por Freeman durante meses no verão de 2015, quando trabalhava em seu filme "Despedida em grande estilo". "Passava tentando levantar a minha saia e me perguntando se eu estava usando roupa íntima", disse a mulher. O ator Alan Arkin "disse a ele que parasse, e Morgan se enfureceu e não sabia o que dizer", relatou. Essa conduta, segundo o relato, não se limitou a esse filme. Citou uma integrante da produção do filme "Truque de mestre" que dizia que era regra da equipe "não usar nenhuma blusa que mostrasse os seios, não vestir nada que mostrasse as nádegas", ou qualquer roupa apertada, se Freeman estivesse escalado para a filmagem.

Muitas preferiram não denunciar o ator de "Conduzindo Miss Daisy" (1989), "Um sonho de liberdade" (1994), "Se7en: Os sete crimes capitais" (1995) e "Invictus" (2009) por medo de perder o trabalho, uma constante nas histórias de assédio e abuso em Hollywood. Uma mulher que trabalhou na Revelations Entertainment, produtora que Freeman abriu com Lori McCreary, disse que, ao conhecê-lo, ele a olhou "de cima a baixo" e perguntou: "Qual a sua opinião sobre o assédio sexual?" "Fiquei atônita", disse à CNN. "Disse timidamente 'adoro', com um tom sarcástico para tentar esclarecer as coisas porque eu estava muito confusa. Ele se virou e disse aos homens da produção: 'Estão vendo meninos, assim é que se faz'".

A coautora do artigo, Chloe Melas, disse também ter sido alvo de assédio por Freeman, que durante uma entrevista coletiva de um filme declarou, ao ver sua barriga de grávida: "Adoraria estar aí dentro".

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