Morte de Léa Garcia: Festival de Cinema de Gramado adia cerimônia do Oscarito

Morte de Léa Garcia: Festival de Cinema de Gramado adia cerimônia do Oscarito

Atriz seria homenageada na noite desta terça-feira com o troféu em homenagem à sua carreira

Adriana Androvandi

A atriz Léa Garcia morreu em Gramado nesta terça-feira, dia 15

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A terça-feira começou triste no Festival de Cinema de Gramado. A atriz Léa Garcia morreu na madrugada deste dia 15, no hotel que estava hospedada em Gramado. Ela receberia o troféu Oscarito nesta noite, ao lado de Laura Cardoso. 

A organização do Festival anunciou alterações na programação de hoje em respeito à artista. Anteriormente, foi divulgado que a cerimônia de entrega foi cancelada. Agora, Marcelo Garcia, filho de Léa, receberá o troféu em sua homenagem hoje à noite, no Palácio dos Festivais. Já a cerimônia de entrega à Laura Cardoso irá acontecer na sexta-feira, 18.

Seguem confirmadas as exibições dos filmes “Ela mora logo ali” de Fabiano Barros e Rafael Rogante, “O barulho da noite”, de Eva Pereira, “Remendo”, de Roger Ghil e “Da porta pra fora”, de Thiago Foresti, seguem mantidas.

Foto: Matheus Zanchet/Agência Pressphoto

O ator Matheus Nachtergale, que protagoniza o longa de ficção exibido ontem, "Mais Pesado que o Céu", começou a entrevista coletiva desta manhã para falar do filme, fazendo uma homenagem a Léa Garcia.

O ator começou dizendo que Léa Garcia "teve uma carreira linda". Ele lembrou que trabalhou com ela no filme "30", em que ele interpretou o carnavalesco Joãosinho Trinta. "A Léa era a madrinha dos sonhos do personagem", explicou o ator. "Apesar da morte ser sempre trágica, nesse caso, era uma atriz linda que morreu no dia em que ia ser homenageada por um dos maiores festivais de cinema do Brasil. Espero que ela tenha partido com a sensação bonita de 'hoje eu vou ser amada' e está sendo", disse Matheus, sendo aplaudido efusivamente na sala de debates do Festival.

O clima de pesar é geral nos espaços do festival, seja de atores, diretores, jornalistas e organizadores.

No filme, dirigido por Petrus Cariry (CE), Matheus interpreta um desempregado no período da pandemia que retorna para sua cidade no Interior do Ceará, Jaguaribara, que não existe mais, pois foi submersa pelas águas de uma barragem. Ele encontra uma mulher, Teresa (Ana  Luiza Rios), igualmente sem rumo. Um pouco antes, Teresa havia encontrado um bebê, aparentemente abandonado em um barco. Os dois adultos, mesmo sem se conhecer, resolvem buscar ajuda para o menino.

A luta pela sobrevivência conta com o apoio de uma mulher, papel de Silvia Buarque, que tem uma casa na região. Ela lhes indica uma casa abandonada para ficarem por um temp. Outro apoio é de uma funcionária de um posto de gasolina, vivida por Danny Barbosa.

A atriz e diretora paraibana Danny Barbosa destacou no debate a importância de Léa Garcia para muitas atrizes que vieram depois dela. "Como mulher negra e trans, vejo que a importância de Léa Garcia foi imensa na representativade negra", disse no debate.

Ontem, na mesma noite, foi exibido o documentário "Memórias da Chuva", de Wolney Oliveira (CE). Ambos filmes cearenses, dialogam por terem locações na mesma região, Jaguaribara e arredores. O documentário conta o processo que seu deu ao longo de décadas, no qual os moradores são informados de que a cidade será submersa, a sua luta e resistência até o momento em que foram transferidos para a nova cidade, construída nas proximidades para receber os moradores que perderam suas casas.  O filme mostra que o evento se tornou um luto coletivo pela cidade.

Léa Garcia em Gramado

Léa Garcia desembarcou em Gramado no último sábado, dia 12, acompanhada do filho, Marcelo Garcia. Desde então, a atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, a atriz afirmou ao portal Acontece Gramado ter “um enorme prazer em estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigado a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”.


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