Mostra cinematográfica traz raridades da RKO na Usina do Gasômetro
Maratona de filmes faz apanhado histórico do estúdio que marcou época com "King Kong"
publicidade
Um dos destaques da mostra é a Maratona Val Lewton, com cinco filmes do ciclo de horror produzido por Lewton para a RKO: "Sangue de Pantera", "O Homem-Leopardo" e "A Morta-Viva", de Jacques Tourneur; "A Sétima Vítima, de Mark Robson; e "A Maldição do Sangue da Pantera", de Gunther von Fritsch e Robert Wise.
A RKO Radio Pictures surgiu no final da década de 1920 da fusão entre a Radio Corporation of America e a rede de salas de cinema Keith-Albee-Orpheum. Em 1931, dois grandes eventos marcaram a história da produtora: a compra da Pathé norte-americana e a contratação de David O. Selznick como responsável da produção do estúdio. O primeiro marco cinematográfico da produtora aconteceu no ano, com o faroeste Cimarron, de Wesley Ruggles, vencedor do Oscar de Melhor Filme. As ideias grandiosas de Selznick, no entanto, levaram a RKO a enormes prejuízos em seu período inicial. É nesse momento que Merian C. Cooper toma conta da produção, privilegiando produções baratas e inventivas.
O resultado é um dos marcos do cinema hollywoodiano: King Kong, de 1933, dirigido por Ernest B. Schoedsack e pelo próprio Cooper. Na década de 1930, não havia em Hollywood uma produtora com uma variedade tão grande de gêneros quanto a RKO. Entre musicais, fantasias, faroestes, policiais, comédia, a produtora ficava marcada como um espaço em que os cineastas tinham mais liberdade para criar suas histórias. Dos primeiros anos da produtora, a mostra apresenta enormes sucessos, como os musicais O Picolino, de Mark Sandrich, e Cativa e Cativante, de George Stevens, e fracassos como Vivendo em Dúvida, de George Cukor, sexualmente transgressor para a época, e Levada da Breca, de Howard Hawks, um marco da screwball comedy, ambos com a explosiva dupla Katharine Hepburn e Cary Grant.