Mostra dedicada ao cineasta baiano Roberto Pires
Seguindo as comemorações dos 125 anos do cinema brasileiro, a Sala Redenção apresenta programação dedicada à obra do diretor de "A Grande Feira" e "Césio 137"
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Seguindo as comemorações dos 125 anos do cinema brasileiro, a Sala Redenção (Eng. Luiz Englert, 333) apresenta uma programação dedicada à obra do diretor baiano Roberto Pires. Em cartaz desta segunda-feira até 1º de setembro, a mostra “Roberto Pires na Redenção” reúne cópias restauradas de cinco filmes do cineasta, com diferentes fases de sua cinematografia. Pires foi um dos pioneiros do cinema baiano. Utilizando equipamentos construídos artesanalmente, o diretor realizou “Redenção” (1958), o primeiro longa produzido no estado. O sucesso do filme desencadeou o “Ciclo Baiano de Cinema” (1959 - 1963), período de intensa produção audiovisual na região, que fomentou o movimento do “Cinema Novo”.
No início da década de 1960, ele dirigiu “A Grande Feira” (1961), representante da primeira fase do “Cinema Novo”. O filme apresenta um retrato realista do quadro social da Bahia, a partir de narrativa focada nos trabalhadores de uma feira popular. Pires também realizou o suspense criminal “Tocaia no Asfalto” (1962). O longa se destaca por seus truques de câmera e efeitos visuais construídos com poucos recursos, que demonstram a inventividade e a criatividade visual do diretor.
Na década de 1980, o lançamento de “Abrigo Nuclear” (1981) representou um marco para a ficção científica brasileira. Roteirizado, dirigido, produzido e protagonizado por Roberto Pires, o longa retrata um mundo pós-apocalíptico, assolado por radiação mortal, onde a sociedade vive em abrigos subterrâneos. A temática da radiação é abordada no documentário “Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia” (1990), último longa de Roberto Pires. Em 2001, Pires faleceu por conta de um câncer, possivelmente causado por uma contaminação decorrente das gravações do longa.