Motivacional, "King Richard: Criando Campeãs" conta origem da trajetória de Venus e Serena Williams

Motivacional, "King Richard: Criando Campeãs" conta origem da trajetória de Venus e Serena Williams

Longa dirigido por Reinaldo Marcus Green e estrelado por Will Smith, longa estreia nos cinemas nesta quinta-feira

Lou Cardoso

Will Smith estrela o filme ao lado das atrizes Saniyya Sidney e Demi Singleton

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"King Richard: Criando Campeãs" tem muitas semelhanças com o filme brasileiro "Dois Filhos de Francisco". Ambos contam as histórias de origem de duplas famosas - uma do esporte e outra da música -, através do ponto de vista do pai de cada uma. Os dois longas também retratam a origem humilde, como superaram adversidades e lançaram ao mundo duas grandes estrelas do tênis - Venus e Serena Williams - e dois dos maiores cantores sertanejos da música brasileira - Zezé di Camargo e Luciano.
 
Dirigido por Reinaldo Marcus Green, "King Richard: Criando Campeãs", assim como "Dois Filhos de Francisco", foi feito em homenagem ao pai, Richard Williams, responsável por impulsionar o sonho de suas protagonistas. Will Smith parece realmente gostar de interpretar personagens dramáticos baseados em pessoas reais para inspirar o público. No entanto, o papel de Richard é o mais desafiador da sua carreira, por se tratar de uma figura de personalidade difícil e, por muitas vezes, controversa, provocando antipatia do espectador. Uma tarefa incomum quando se trata de uma interpretação de Will Smith, já que estamos acostumados a vê-lo em personagens comoventes. Aqui, ele realmente se supera e entrega o ambicioso e rígido pai de uma família inteiramente feminina. Uma atuação que não deve passar despercebida na temporada de premiações.
 
Há a problemática do protagonismo de Will Smith ofuscar as verdadeiras estrelas da história, porém a ironia de o próprio Richard Williams se colocar sempre à frente de Venus e Serena no que diz respeito à carreira e decisões dentro do lar casa perfeitamente com o ritmo da narrativa. Claro, há um certo esvaziamento ao colocar as tenistas sempre em segundo plano, não dando espaço para que possam se expressar e contar um pouco sobre a história. Até mesmo nas decisões mais importantes, elas ainda são vistas pela percepção do outro e não assumindo o próprio protagonismo. Ao contrário do que acontece no já citado "Dois Filhos de Francisco", onde há uma separação de quem incentivou para quem tomou as rédeas dos seus sonhos.
 
Aunjanue Ellis, que interpreta a matriarca Brandi Williams, também deve levar créditos em King Richard, por ser o contraponto emocional do comportamento de Richard, mas sem deixar de lado a disciplina que o casal acredita ser fundamental para educar as suas filhas. É comovente vê-la sempre levantando a cabeça de Venus e Serena diante de alguma dificuldade. Assim como o marido, Brandi também foi atleta no passado e passou a paixão pelo tênis de herança para as meninas. Um ponto que poderia ter sido mais explorado no roteiro de Zach Baylin, ainda mais por se tratar de um esporte elitista e sem grandes representantes negros nos Estados Unidos naquela época, e a família Williams ser de classe média baixa. Saber como a modalidade esportiva chegou entre eles seria essencial para entender as motivações de cada um.
 
As meninas Saniyya Sidney e Demi Singleton, que interpretam Venus e Serena respectivamente, brilham desde os primeiros minutos e possuem uma sintonia perfeita. Uma pena que seus papéis sofram limitações, mas a dupla comove, especialmente dentro das quadras. É preciso reconhecer os méritos de Richard Williams por ter acreditado desde o início nos seus e nos sonhos das suas filhas, que se tornaram lendas do tênis. Sem sombra de dúvidas, King Richard: Criando Campeãs é um filme motivacional, feito exatamente para inspirar para que mais outras meninas negras também sempre acreditem que são capazes de conquistar o mundo. Assim como Venus e Serena.  


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