Museu Julio de Castilhos reabre ao público com mostra inédita

Museu Julio de Castilhos reabre ao público com mostra inédita

Instituição terá dias e horários reduzidos, além de medidas de higienização e distanciamento

Correio do Povo

Instituição assou por diversas mudanças visando prevenir a contaminação pelo novo coronavírus

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Após oito meses com as portas fechadas devido à pandemia da Covid-19, o Museu Julio de Castilhos reabre hoje ao público, com horário e dias reduzidos. A retomada das atividades será marcada pela abertura de uma nova exposição sobre o gênero feminino.

Para que a retomada das atividades fosse possível, a instituição precisou passar por diversas mudanças, visando prevenir a contaminação pelo novo coronavírus. A maioria das peças exposta nas salas estará protegida com vitrines e cubos de vidro, para impedir o contato. Para as esculturas que continuarão sem proteção, o cuidado do visitante precisa ser redobrado: o toque será expressamente proibido, uma vez que o álcool em gel que higieniza as mãos pode afetar a cor e o verniz dos objetos.

O museu ficará aberto de terças a sextas-feiras, das 10h às 17h. O número de visitantes será de no máximo 10 pessoas por vez, com o uso obrigatório de máscara, higienização das mãos e aferição de temperatura. Dentro das salas, o distanciamento mínimo permitido será de dois metros. As visitas mediadas permanecem suspensas enquanto durar a pandemia.

Nova exposição
“Narrativas do Feminino” conta diferentes histórias sobre mulheres do início do século 19 ao final do século 20, apresentando-as em recortes e personagens como as lavadeiras, as mulheres de elite e as intelectuais. A Casa Julio estará ocupada com peças do acervo que pertenceram ao cotidiano feminino vinculado à elite e às negras forras, que atuaram como lavadeiras para prover suas famílias. Trata-se de dois extratos sociais que permitirão aos visitantes estabelecerem múltiplas leituras do tempo transcorrido entre 1850 e 1950. Para a museóloga e diretora da instituição, Doris Couto, a mostra representa a redenção das mulheres: “nossas exposições permanentes sempre apresentaram o mundo dos homens, inviabilizando o papel de mulheres que contribuíram para o desenvolvimento do Estado”, afirma. 

As demais mostras também foram especialmente preparadas para a volta do público. “Memória e Resistência”, que é modificada a cada seis meses, conta com 97 peças representativas do povo indígena. O destaque da nova fase é a reapresentação das esculturas missioneiras, que receberão um olhar a partir da organização espacial do aldeamento nas Missões, assim como aspectos formais das esculturas que integram o acervo. Também serão vistas cerâmicas de 2 mil anos, arcos e flechas, um conjunto de bordunas, arte plumária e cestarias centenárias produzidas pelos Guaranis, Mbyá-Guarani e Kaingang, vindos do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná.

De acordo com Doris, a proposta é possibilitar a compreensão dos modos de vida dos povos originários e suas várias diferenças. “Com a falta de visibilidade, esses povos acabam sendo esquecidos ou colocados como um todo. São culturas ricas e cheias de simbolismo, que precisamos sempre ter na memória da história do Estado”, pontuou. Já o Jardim dos Canhões ganhou placas que contam a histórias das peças ali dispostas como os canhões da Revolução Farroupilha (1835-1845), e também a dos bancos em concreto armado, produzidos pela antiga fábrica de cimento Ferco, que pertenceram ao antigo Auditório Araújo Viana, à época localizado junto à Praça da Matriz.

 


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