"Nós" retrata a face sombria dos EUA, o medo do outro

"Nós" retrata a face sombria dos EUA, o medo do outro

Novo filme de Jordan Peele estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros

AE

Lupita Nyong'o estrela "Nós"

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É a pergunta que o cinéfilo deve se fazer - o que representa exatamente se ver projetado, encontrar seu igual e identificar nele seu lado mais sombrio? Jordan Peele está encarando, com seu novo terror - "Nós" -, um fenômeno contemporâneo. Em sucessivas entrevistas, o diretor e roteirista diz que criou uma alegoria sobre o medo que os EUA, e não apenas, têm do outro. "Somos nosso pior inimigo", reflete. 

Com "Nós", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros, Peele cria outro pesadelo. Ele inicia "Nós" em 1986. Mostra uma garota, Adelaide, com os pais, num parque de diversões. Papai e mamãe estão ocupados - brigando? -, a pequena Adelaide separa-se deles e vai parar nessa casa de espelhos em que vive uma experiência traumática. Corte para a atualidade. Adelaide, transformada em mãe de família - e interpretada por Lupita Nyong'o -, está no carro com o marido e o casal de férias. Vão para a casa de praia, mas se esperavam uma temporada de lazer a esperança logo se dissipa.

Entra em cena uma família exatamente igual, como se Lupita e os seus se vissem num espelho deformado. Porque esses duplos, que se vestem de vermelho, são o lado mais escuro, cruel, da família.

Outro terror racial, social de Peele? Não exatamente. Pois se a família protagonista é de negros, a dos amigos, que também encontram seus clones, mais brutais ainda, é de brancos. Para além da etnia, o cineasta está colocando os Estados Unidos no espelho. Seu tema é o medo do outro, o estrangeiro, que se alastrou com tudo nos EUA de Donald Trump. Quem são essas pessoas? Us, nós em inglês, mas a palavra também é a sigla de US, United States. 

Veja o trailer:


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