"Nada me interessa mais que o amor", diz Claude Lelouch em Toronto

"Nada me interessa mais que o amor", diz Claude Lelouch em Toronto

Cinquenta anos depois de "Um homem e uma mulher", cineasta lança "Um e uma"

AFP

Claude Lelouch apresenta novo filme no Festival de Toronto

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Cinquenta anos depois da filmagem de "Um homem e uma mulher", premiado com dois Oscars, Claude Lelouch assegurou que nada lhe "interessa mais que o amor", durante uma entrevista em Toronto, para onde viajou para apresentar sua nova obra romântica, "Un + Une". Em mais de meio século de carreira, esta é a segunda vez que o cineasta de 77 anos participa do Festival Internacional de Cinema de Toronto, evento que acontece até 20 de setembro e que movimenta um grande mercado na América do Norte.

"Vim em 2002 com um filme chamado '11 de setembro', uma obra coletiva sobre os atentados de 2001 nos Estados Unidos. Mas nunca havia vindo com um filme inteiro", contou o cineasta, que estava acompanhado de seus atores. "Tinha muita vontade de saber como perceberiam o filme do outro lado do Atlântico, de saber se teria sucesso internacional", confessou.

"Un + Une" ("Um + Uma", em tradução livre) conta a história de Antoine (Jean Dujardin), um compositor de trilhas sonoras de filmes que viaja para a Índia para trabalhar em um longa-metragem intitulado "Romeu e Julieta". Lá, ele conhece Anna (Elsa Zylberstein), a esposa do embaixador francês (Christophe Lambert), uma mulher marcada pela espiritualidade indiana. Apesar de suas profundas diferenças, eles se atraem e vivem juntos uma viagem pelo país que os transformará.

Este filme "é uma viagem e uma viagem interior de cada vez", explicou Lelouch, completando que, com ele, buscou "sintonizar" o tema amor, justamente 50 anos depois da filmagem de "Un homme et un femme" ("Um homem e uma mulher"), que o levou à fama. Lançado em 1966, o filme musicalizado com o célebre tema "Chabadabada" relata o amor apaixonado entre Jean-Louis Trintignant e Anouk Aimée. 

"Cinquenta anos depois, tinha muita vontade de abordar mais uma vez o tema amor. Queria saber se havia aprendido duas ou três coisas nesse período", brincou o cineasta que dirigiu mais de 40 filmes desde então, entre eles "Itinerário de um aventureiro" e "A aventura é uma aventura". "Coloquei o nome neste filme de 'Un + Une' porque 'Um homem e uma mulher' já existia. Se não poderia ter colocado 'Um homem e uma mulher'", disse.

Lelouch completou falando que tinha "muita vontade de filmar com Elsa Zylberstein e Jean Dujardin", premiado em 2012 pela Academia de Hollywood por "O Artista". "Um filme são os atores", expressou o diretor, que trabalhou com grandes nomes do cinema francês, como Jean-Paul Belmondo, Lino Ventura, Annie Girardot e Catherine Deneuve.

Lelouch, casado três vezes e pai de sete filhos, disse que "o amor é a grande preocupação da humanidade". "Atualmente, há 7 bilhões de pessoas nesta Terra que nasceram de uma história de amor, então é um tema que concerne o mundo todo. Segue sendo a principal preocupação", defendeu.

"Não há nada que me interesse mais", reforçou. "Me apaixona mais a observação de homens e mulheres que os países. Se no país mais lindo do mundo não há um homem e uma mulher, não me interessa", concluiu.

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