Namorar no sofá? Só se for pela Internet

Namorar no sofá? Só se for pela Internet

Casais contam como se conheceram via redes sociais

Correio do Povo

Milena começou a compartilhar acontecimentos diários e afinidades com R.

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O sofá deixou de ser, há muito tempo, lugar de namoro. É pela Internet, agora, que a maioria dos casais conversa, se conhece e (por que não?) namora. Esse contato pela web pode ter formas diversas: desde as obsoletas salas de bate-papo até sites de encontros, ferramentas de conversa ou páginas de relacionamento. É possível, por exemplo, se identificar com alguém pelos favoritos no Delicious, site de compartilhamento de links, ou, ainda, dar a sorte de encontrar uma pessoa interessante no Chatroulette, página de bate-papo no qual a escolha do “parceiro” é aleatória.

Ana e Anthony

A professora de inglês Ana Terra Torquato, de 29 anos, conheceu o artista gráfico neozelandês Anthony Reidy, de 34 anos, pelo site Match.com, há três anos e meio. Na época, ela morava em Porto Alegre e Anthony, em Auckland, na Nova Zelândia. Ana conta que a intenção, ao se cadastrar no site, era conversar com pessoas de ambos os sexos de outras nacionalidades, o que considerava importante para a sua profissão.

Logo de início, Ana recebeu diversos tipos de mensagens, algumas delas “de péssimo gosto e um pouco grosseiras”. “Por conta disso, desanimei um pouco e fiquei umas duas semanas sem checar o site”, conta. No acesso seguinte, havia uma mensagem de Anthony, com um e-mail e um pedido de conversa pelo Messenger.

Ana adicionou-o e logo encontrou afinidades com o artista gráfico: a primeira conversa durou três horas. Ambos tinham em comum a paixão por viagens. “Contei que estava indo para Montevidéu (no Uruguai). Perguntei se ele conhecia, depois enviei umas fotos quando voltei e a gente não parou mais de conversar.”

Para ela, o que mais chamou a atenção em Anthony foi a gentileza. “E os olhos azuis, claro”, conta, rindo. Já Anthony diz que se encantou com o senso de humor e a inteligência da brasileira. Eles conversaram por um ano via Skype e Messenger, até Antony decidir vir ao Brasil, no fim de 2008.

Ana conta que o primeiro encontro aconteceu naturalmente: ao longo de um ano, eles conversaram sobre o assunto, especulando como poderia ser aquela primeira conversa. “Eu e ele estávamos relaxados e bem felizes, como se a gente já se conhecesse há tempos”, relata. Desde de então, o casal passou a viver em Porto Alegre, onde dividia um apartamento.

Milena e R.

A advogada Milena Hammes, de 27 anos, moradora de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, tem a mesma sensação – de que o primeiro encontro fora da rede não parecia o primeiro. Ela e R. se conheceram pelo ICQ e, depois de meio ano de conversa, se encontraram em uma festa. Foi ele quem a reconheceu, por acaso, e tomou a iniciativa de puxar assunto. “A conversa fluiu de forma natural, sem constrangimentos. Era como se já nos conhecêssemos mesmo”, conta.

O primeiro contato aconteceu há oito anos, graças a uma ferramenta do antigo ICQ que permitia rastrear pessoas da mesma cidade. R. adicionou Milena aleatoriamente e ela conta que se sentiu atraída pelo perfil divertido e atencioso dele. Aos poucos, o casal se aproximou e começou a compartilhar acontecimentos diários e afinidades. “O que era corriqueiro acabou quase como uma necessidade diária de falar sobre o dia um para o outro”, conta.

Milena teve a ajuda da irmã, que avisava R. sobre as festas em que iria. “Dali para um namoro, foi questão de tempo.” Para Milena, o ICQ foi importante na época, porque ela era muito tímida e sentia-se mais à vontade para conversas iniciais a distância. “Além disso, a Internet dá uma liberdade maior: se houver qualquer incômodo ou desconforto, basta desligar o computador”, alega.

Edgar e Andrea

A história do publicitário Edgar Demutti, de 25 anos, e da engenheira de performance de software Andrea Balle, de 24 anos, ambos de Porto Alegre, foi um pouco diferente: eles se conheceram pelo Twitter, se encontraram, ficaram amigos e só depois disso começaram a namorar. O longo processo evitou o constrangimento de um encontro com um “desconhecido”.

O primeiro contato pessoal aconteceu em junho de 2009, em uma festa promovida pelo Twitter em um bar da Capital. “Até ali, nós nos conhecíamos apenas de trocar algumas twittadas”, conta Edgar. Com interesses em comum por música e tecnologia, eles acabaram se aproximando e a conversa passou para o Gtalk, em uma média quase diária. O namoro mesmo só começou em janeiro do ano passado.

Como passam bastante tempo conectados (pela profissão e por hábito), ambos consideram sua história tradicional. “A Internet é uma extensão do nosso dia a dia: não há distinção entre pessoas que conhecemos lá e fora”, opina Andrea. Para o casal, é até possível criar “personagens” durante um tempo, mas a verdade aparece em algum momento – tal qual ocorre na “vida real”.

    Edgar e Andrea se conheceram em uma festa do Twitter / Crédito: Arquivo Pesoal

Edgar e Andrea têm um motivo extra para comemorar o Dia dos Namorados: ela completa 25 anos neste domingo. Já Ana e Anthony passarão a data em Auckland, para onde se mudaram, em março. O namoro de Milena e R. terminou há um ano. Mesmo assim, ela ainda é uma entusiasta da Internet no que se refere a conhecer outras pessoas. Questionada sobre se repetiria a experiência, ela não hesita: “Com toda a certeza!”

Dicas da Ana para frequentar sites:
- Fale sempre a verdade.
- Divirta-se, mas nunca deixe de procurar inconsistências e contradições na conversa: isso pode ser um sinal de que a pessoa não é exatamente quem você pensa. Abra o olho!
- Nunca dê informações muito pessoais, como endereço residencial, números de conta bancária, senhas de cartão de crédito.
- Evite entrar nesses sites a procura apenas de um namorado. Isso só traz frustração. Abra o seu coração e converse, converse muito, tente fazer amigos e conhecer o máximo de gente possível.

Dicas da Milena para MSN e chats:
- No início, deixe que a outra pessoa fale mais do que você. Assim, é possível ter mais segurança sobre as intenções dela.
- Pergunte bastante, pois, se a outra pessoa começar a se atrapalhar ou se contradisser, você já sabe que é fria. Aí, delete!
- Nunca dê endereços nem marque encontros logo no começo. Dê tempo para saber com quem você realmente está conversando.

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