"Napoleão" e "Ó Paí Ó 2" nas telonas

Cada vez mais as produções que merecem atenção especial nos cinemas mesclam filmes internacionais com longas brasileiros que acabam envolvendo plateias e mostrando a crescente qualidade do cinema nacional. A partir de hoje, isso também pode ser conferido no encontro entre a superprodução “Napoleão” e a brasileira "Ó Paí Ó 2".

O primeiro filme, que tem a direção do aclamado Ridley Scott, hoje com 85 anos, que já nos brindou obras essenciais como “Alien” (1979), “Blade Runner” (1982) e “Gladiador” (2000), está recheado por impressionantes sequências de batalhas que entraram para a história e detalhes da vida pessoal de Napoleão que o influenciaram na guerra, na política e no amor. O papel central é vivido pelo potente Joaquin Phoenix, que já mostrou seu talento versátil e criativo em muitas produções, entre as quais está o sucesso de “Coringa”.

Na trama de “Napoleão”, guiada por Scott, o público pode acompanhar a rápida e implacável ascensão do imperador, com foco posto no relacionamento visceral e volátil com sua esposa, Josephine, vivida pela atriz em ascensão Vanessa Kirby, que soma grandes papeis que vão da série “The Crown” a aparições nas aventuras contemporâneas do agente “007”. Estrategista e conquistador, o personagem histórico e controverso de “Napoleão” trava outra grande batalha pelo amor de sua esposa adúltera, enquanto vai se transformando em um daqueles personagens que acabou delineando a história europeia no final do século XVIII e início do século XIX.

BRASILEIRO

O outro filme que vai merecer atenções é a continuação do longa de 2007 que marca o retorno de Lázaro Ramos ao Pelourinho como o cantor Roque, um dos personagens mais marcantes de sua carreira. “Ó Paí, Ó 2” tem direção de Viviane Ferreira, a mesma de “Um Dia com Jerusa” e traz, além de Ramos, um elenco formado por nomes como da sensacional Dira Paes, Érico Brás e Luciana Souza, ao lado de Luis Miranda e Margareth Menezes.

Mais de 15 anos depois do sucesso do primeiro longa, Roque se prepara para lançar sua primeira música e está confiante que irá, finalmente, alcançar a fama como cantor. Em meio as agitações do cortiço de Dona Joana (Luciana Souza), a passagem do tempo é vista nos filhos dos moradores do local, que eram bebês e crianças no filme de 2007.

Agora, já adolescentes e jovens adultos, são os protagonistas também da narrativa, filmada no Centro Histórico de Salvador e no bairro do Rio Vermelho. Humor e música embalam os fortes temas sociais e algumas visíveis denúncias do cotidiano da população pobre e, em sua maioria, negra. Vale destacar que Viviane Ferreira é a segunda mulher negra no Brasil a dirigir individualmente um longa-metragem de ficção. Ela também assina o roteiro ao lado de Elísio Lopes Jr., Daniel Arcades, Igor Verde com colaboração de Luciana Souza, Bando de Teatro Olodum e Rafael Primot. “Ó Pai, Ó” tem ainda a direção de fotografia da primeira brasileira a ganhar um prêmio no Festival de Sundance, Lílis Soares.