"Narcos" é um insulto, diz filho de Pablo Escobar

"Narcos" é um insulto, diz filho de Pablo Escobar

Sebastián Marroquín acredita que há interesses políticos por trás da série

AE

Série com Wagner Moura estreou em agosto e vai ganhar nova temporada em 2016

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Sebastián Marroquín tem um olhar tenso e quase nunca sorri. Filho do maior traficante de drogas da história, viveu até a morte do pai, em 1993, entre tiros e bombas: primeiro mergulhado nos milhões de dólares que o tráfico rendia a
Escobar e depois escondido para não ser alvejado pelo exército de inimigos espalhados pela Colômbia.

Autor da biografia "Pablo Escobar - Meu Pai", lançada no Brasil em junho com boas críticas, Marroquín - alcunha que usa para evitar o inferno que se tornou carregar no RG o mesmo nome de Escobar - acaba de ver a série "Narcos", do canal Netflix, com muitas ressalvas.

Ele, inclusive, fez sérias acusações aos produtores, ao diretor José Padilha e criticou o ator que interpreta seu pai, Wagner Moura. "Aquilo é um insulto à história da Colômbia e às milhares de famílias de vítimas do narcotráfico. Eles deveriam, primeiro, incluir capítulos para mostrar como a DEA (agência antidrogas dos EUA) cobrava de meu pai impostos para permitir que a cocaína entrasse nos Estados Unidos através do Aeroporto Internacional de Miami", declarou em entrevista recente.

Marroquín afirma que há interesses políticos por trás do projeto e que ofereceu ajuda na curadoria, que foi negada pela produção. Por sua vez, o Netflix informou que não se pronunciaria sobre as declarações. Neste momento, "Narcos 2" está em fase de gravação, sem data de estreia.

Por e-mail, o diretor José Padilha falou sobre o caso. "Tivemos muitas propostas de 'consultoria remunerada' por familiares e 'amigos' de Escobar. Todas apresentadas a nós como bem intencionadas, mas sempre buscando remuneração. Algo do tipo: sei o que aconteceu com Pablo. Quanto você me paga para eu te contar?", comentou, sendo rebatido por Marroquín: "E Padilha crê que estamos no tempo da escravidão? Quer que a gente trabalhe de graça para ele?".

Sobre o conteúdo da série, o diretor afirma: "Consultamos a DEA, que tinha todas as transcrições das gravações interceptadas de Pablo. Não achamos que os filhos dele tivessem plena consciência do que se passava com seu pai. Além disso, as informações de diferentes familiares não batiam umas com as outras".

Marroquín voltou a responder: "O único que não tem consciência da história é o próprio Padilha. Por acaso ele é familiar de Pablo para conhecê-lo melhor que seus filhos?", finalizou.

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