Netflix aposta em produções filmadas em regiões do Brasil

Netflix aposta em produções filmadas em regiões do Brasil

Entre as atrações está "O Cangaceiro do Futuro", filme se passa no Ceará e traz a história de um homem parecido com Lampião

AE

"O Cangaceiro do Futuro" coloca Lampião numa perspectiva de comédia, com direção de Halder Gomes e Glauber Filho

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Quantos Brasis cabem em uma tela? Se depender da Netflix, muitos. A gigante do streaming anunciou produções nacionais que vão estrear na plataforma ao longo do ano e algumas ainda em fase de produção. Alguns dos destaques do anúncio vão para as produções realizadas em Estados fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo, como as séries "O Cangaceiro do Futuro" e "Só Se For Por Amor".

A primeira se passa no Ceará, e conta a história de Virgulei (Edmilson Filho), um "cabra frouxo" que vive em São Paulo e sonha em voltar rico para o Nordeste. Ele se aproveita de sua semelhança com Lampião para fazer shows em praças, até o dia em que, depois de apanhar, vai parar em 1927, no meio do cangaço, onde é confundido pela população local como o verdadeiro Virgulino.

"O Cangaceiro do Futuro" coloca Lampião numa perspectiva de comédia, um ponto de vista incomum para o tema. "O universo do cangaço, suas histórias e seu maior ícone são um oceano de possíveis grandes histórias, no entanto, devido à "aridez" do tema, poucas vezes se ousou adentrar no campo da comédia", pontua Halder Gomes, um dos roteiristas da série, que também assina a direção ao lado de Glauber Filho. "Toda a estética e causos deixados como legado por Lampião sempre foram um desejo antigo de levar às telas tal universo sob o olhar particular da comédia nordestina, sem abrir mão do contexto histórico. Integrar estas histórias e personagens às nossas paisagens, fauna, flora e sonoridade do sertão é a realização de um sonho inspirado", continua.

Já  "Só Se For Por Amor" se passa em Goiás e busca no sertanejo sofrência a inspiração para contar uma história sobre corações partidos, sonhos, ambição e fama. Na trama, Deusa (Lucy Alves) e Tadeu (Filipe Bragança) são um casal apaixonado que decide criar uma banda. Assim que começam a fazer sucesso, ela recebe proposta para uma carreira solo. Ao seguirem rumos diferentes, a relação deles vai sofrer abalos.

"Só Se For Por Amor é uma obra brasileira com as cores do céu de Goiás e a sonoridade das falas de um Brasil que recebe gente de todos os cantos", explica Ana Luiza Azevedo, diretora da série. "É o retrato de uma região do País, de uma parte da nossa cultura que influencia outras regiões e outras culturas também. A série vai permitir que pessoas de todo o Brasil - e do mundo - conheçam e se conectem com a cultura do Centro-Oeste brasileiro. E compreendam a diversidade que existe nesse universo", conta.

Em um país tão grande como o Brasil, com diversidade de paisagens, sotaques, histórias e inspirações, a Netflix aproveita para dar voz a produções de fora do Sudeste e, com isso, permite também que essas outras narrativas sejam vistas. "Quanto mais contarmos histórias de todo o Brasil, mais nos reconheceremos. Quanto mais diversas forem as histórias e regiões retratadas, mais ajudaremos a mostrar para o mundo quem somos", diz Ana Luiza.

Halder também assinala pontos positivos de uma descentralização das produções no Brasil. "É necessário expandir o olhar do País através do audiovisual, e o Nordeste tem uma riqueza de conteúdos que merece ser visto", conta. O roteirista lembra que o audiovisual tem imenso potencial mercadológico. "Além das histórias nas telas, existe o legado cultural, econômico, turístico e artístico que um projeto deixa no lugar que aporta como locação", diz.

Em mais uma aposta com uma paisagem variada, a plataforma também anunciou a sequência do filme "Ricos de Amor", com Giovanna Lancellotti, dessa vez gravado no Norte do País. No longa, a idealista Paula (Giovanna Lancellotti) retoma seu trabalho como médica voluntária e Teto (Danilo Mesquita) convence seus parceiros a estabelecer sua cooperativa de tomates num vilarejo da região. Entre salvar a empresa da falência e reconquistar o coração de Paula, ele precisa superar seus hábitos de garoto mimado e enfrentar os interesses de um poderoso fazendeiro.

Para o roteirista Bruno Garotti, estar na região Norte vai ajudar a dar o clima que a produção precisa. "Os cenários são sempre determinantes para atmosfera de um filme, e a pluralidade de culturas que o nosso país apresenta é uma vantagem imensa na hora de criar uma história", disse. "A região, com suas tradições e paisagens surpreendentes, emoldura os novos eventos da nossa comédia romântica", complementa Bruno.

Outras apostas

Além de sotaques e paisagens do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a Netflix traz também a série "Maldivas", que se passa no Rio de Janeiro, especificamente na Barra da Tijuca, bairro da Zona Oeste da cidade. A série é estrelada por Bruna Marquezine e tem Sheron Menezzes, Manu Gavassi, Natália Klein, Carol Castro e Vanessa Gerbelli.

Também tem espaço para a série "Olhar Indiscreto", um thriller que acontece na cidade de São Paulo, com Débora Nascimento e Emanuelle Araújo. Ainda falando de séries, a plataforma anunciou as segundas temporadas de "Irmandade", que estreia 11 de maio, "Bom Dia Verônica" e "Cidade Invisível", ainda sem datas de estreia.

Também entrarão para o catálogo da gigante de streaming os filmes "Casamento à Distância", protagonizado pelos atores Dan Ferreira e Dandara Mariana, e "Depois do Universo", com Giulia Be e Henry Zaga, sobre um amor entre um médico e uma paciente de um hospital que sonha em ser pianista. Também anunciou o longa de ação "Carga Máxima", sobre um piloto de Fórmula Truck que vira assaltante de cargas, com Thiago Martins, Milhem Cortaz e Sheron Menezzes, um documentário sobre o grupo Racionais Mc's e um especial com o ator Rodrigo Sant'Anna, intitulado "Cheguei".

 

 

 


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