Norah Jones faz show em clima country no Bourbon

Uma jovem cantora e pianista mergulhando um pouco mais nas raízes da música branca norte-americana, do country, e também do folk e bluegrass e das chiaroscuras soul e rhytm & blues. Este foi um pouco do clima do show de Norah Jones, que se apresentou no fim da noite de quinta-feira, no Teatro do Bourbon Country, pela segunda vez em Porto Alegre (a primeira foi em 2004, no Teatro do Sesi).

O show com duração de 1h30min foi a despedida da turnê brasileira de Norah Jones, que passou por Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro, apresentando as canções do álbum "The Fall", lançado no início deste ano no Brasil, mas também uma parceria do novo disco "Featuring", além de canções consagradas dos três álbuns de estúdio anteriores como "Don´t Know Why" e "Come Away With Me".

Ela aproveitou o clima de final de turnê para "testar o que está aprendendo de português". Interagindo com a plateia, ela comentou que a lição da noite seria o "como vai", que foi prontamente correspondido pelo público. Apesar do bom público, a casa não estava cheia e, aproveitando as cadeiras vazias, a cantora convidou, em inglês, pessoas que estavam no fundo da plateia para vir um pouco mais para a frente, questionando o motivo delas ficarem tão longe.

Na composição do repertório, as músicas de "The Fall" predominaram na primeira parte do show. Canções como a country "Tell Yer Mamma", "Light as a Feather", "Young Blood", "Chasing Pirates", "I Wouldn''t Need You" , "Back to Manhattan".

Dali por diante, já sentada ao piano, Norah colocou todos em um clima intimista, com direito a mais músicas de “The Fall”, como You´ve Ruined on Me”, seguindo com pérolas como “Sinkin´s Soon”, do disco “Not Too Late”, de 2007, também deixando espaço para clássicas como como "Cry, Cry, Cry", de Johnny Cash, ou a parceria com Dolly Parton, que também consta no disco "Featuring", a música "Creepin´ In", deixada para o bis acústico. Claro que a rainha do country Dolly Parton não estava presente, mas que o clima do campos texanos ou do Arizona acabaram se prestando bastante ao country jazz intimista da nova-iorquina Norah Jones, ganhadora de cinco Grammy.

O momento ladies night do show foi quando Norah em um minipiano e Sasha Dobson no banjo cantaram “Dauphin Island”, numa afinação e encontro de primeira e segunda vozes de dar vontade de a música não parar, ser interminável. As três últimas músicas show foram do set matador com "Don´t Know Why", em parceria com o guitarrista Jessie Harris, que fez o show de abertura da noite; "Stuck" e "Come Away With Me", todas muito aplaudidas pelo público.

A despedida pré-bis de Norah foi com a pequena notável dizendo que era o último show de uma turnê longa e que “eles estavam tristes por estar terminando”. O público embarcou e começou a ir embora, mas o popular bis acústico de Norah Jones já estava no set list e os músicos todos agrupados em torno da genial cantora e instrumentista começaram a dar um clima mais cool com "Sunrise" e "How Many Times Have You Broken My Heart", além da hipercountry Creepin´ In, originalmente do álbum "Feels Like Home", de 2004. O público se informalizou e alguns ficaram nas cadeiras, outros em pé, outros no chão, conduzidos com maestria por Norah. Um show lindo, suave e no embalo da alma desta romântica e inspirada cantora de 31 anos.