Nova lição vinda do 'el Professor
Álvaro Morte, 'Professor' de 'La Casa de Papel', uma das séries espanholas de maior sucesso dos últimos tempos, revela um olhar instigante sobre o seu personagem e sobre o sucesso que o seriado da Netflix alcançou em todo o mundo
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O grande vencedor da edição 2021 dos Prêmios Platino, o Oscar Iberoamericano, que teve cerimônia festiva no último dia 3, em Madri, foi o experiente e cultuado diretor espanhol Fernando Trueba. Ele é lembrado também como o ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro pelo filme "Belle Epoque", em 1993. Mas, quem brilhou no tapete vermelho dos Platino foram os integrantes do seriado espanhol de maior sucesso dos últimos tempos: "La Casa de Papel", que estreia a parte 5 Vol. 2, dia 3 de dezembro. Quando .Álvaro Morte, Rodrigo de la Serna, Enrique Arce e Najwa Nimri cruzaram pelos corredores junto à imprensa internacional, as atenções se voltaram para eles. E não é por menos. Em 2018 a série se tornou a produção de língua não inglesa mais vista em todo mundo na plataforma Netflix, apontando sucesso para outras temporadas.
Nas palavras do próprio "Professor", hã várias formas de analisar este sucesso. "Posso falar do fator icônico com o que o fã pode se identificar muito rapidamente, do equilíbrio estrutural entre comédia, drama, ação e romanticismo", explica Morte, resumindo que, para ele, no final, "através de seus personagens, a série mostra paixões com as que qualquer pessoa pode se identificar". Com fala segura e dono de um raciocínio que parece haver emprestado ao personagem (ou estaria sendo o próprio?), observa a questão também como algo que é local e global ao mesmo tempo: "Do que a série fala é muito universal, mas se trata de uma ação muito local que ocorre em Madri, mas tudo o que acontece com os personagens lá dentro, é muito fácil que digas 'a mim também me acontece isso'".
Outro elemento ressaltado pelo ator é significado específico do grupo de pessoas que formam um conjunto especial. "Somos a resistência, um grupo pequeno de gente que entende que as coisas estão mal e que vamos fazer de tudo para solucioná-lo, mesmo que os oponentes sejam muito poderosos". E não termina sem antes deixar o questionamento pessoal: "Quem nunca teve alguém acima de si que tenha sido um verdugo contra o qual teve que lutar?"
O fenômeno da série, desde sua primeira temporada, já apontava para números surpreendentes. De acordo com a Netflix, mais de 24 milhões de lares em lodo o mundo assistiram àqueles oito capítulos inteiros, e mais de 10 milhões de outros começaram a vê-los na primeira semana, segundo a plataforma. Foi o conteúdo mais visto da Netflix na Espanha, Itália, França, Portugal, Brasil, Chile e Argentina. E definiu caminho específico: desde "La Casa de Papel", as séries com ambientação local e ambição internacional são marca da plataforma. Algumas delas já ganharam o mundo: "Elite", da Espanha; "Club de Cuervos", do México; "Dark", da Alemanha, e "3%", do Brasil. Hoje vivemos o fenômeno da coreana "Round 6", vista por mais de 111 milhões de pessoas. Mas, além das séries, os filmes produzidos pela Netflix também têm tramas locais para temáticas universais. E é nessa onda que começou a rodar, em Montevidéu, seu primeiro filme uruguaio original da plataforma. Trata-se de "Togo", de Israel Adrián Caetano, que já dirigiu a série "E! Marginal". E o mundo de olho em vários mundos audiovisuais possíveis.
PREMIADOS PLATINO 21
MELHOR FILME IBERO-AMERICANO I FICÇÃO
• "A Ausência que Seremos", de Fernando Trueba (Colômbia)
MELHOR DIREÇÃO
• Fernando Trueba
MELHOR ROTEIRO
• "A Ausência que Seremos", por David Trueba
MELHOR ATRIZ
• Candeia Pena, por "La Boda de Rosa"
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
• Nathalie Paza, por "La Boda de Rosa"
MELHOR ATOR
• Javier Cámara, por "A Ausência que Seremos"
MELHOR ATOR COADJUVANTE
• Alfredo Castro, por "O Príncipe"
MELHOR FILME DE ESTREIA IBERO-AMERICANO DE FICÇÃO
• "Las Ninas", de Pilar Palomero (Espanha)
MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO
• "La Gallina Turuleca", de Eduardo Gondell e Victor Monigote (Espanha/Argentina)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
• "Agente Duplo", de Maite Alberdi (Chile/Espanha)
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
• "Silenciadas", por Aránzazu Calleja e Maite Arrotajauregi
MELHOR EDIÇÃO
• "A Chorona", por Jayro Bustamante e Gustavo Matheu
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
• "A Ausência que Seremos", por Diego López
MELHOR FOTOGRAFIA
• "A Chorona", por Nicolás Wong
MELHOR SOM
• "A Chorona", por Eduardo Cáceres Staackmann
PREMIO PLATINO AL CINE Y EDUCACIÓN EN VALORES
• "Agente Duplo", de Maite Alberdi