Novo coronavírus muda a rotina de bailarinas do Moulin Rouge

Novo coronavírus muda a rotina de bailarinas do Moulin Rouge

Dançarinas não podem se apresentar em razão das restrições por conta da Covid-19

AFP

A dançarina francesa do Moulin Rouge, Mathilde, pratica em casa

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As bailarinas do famoso Moulin Rouge em Paris, acostumadas a dançar o cancã duas vezes por noite, seis dias na semana, não podem se apresentar em razão das restrições por conta do novo coronavírus. Para preparar a saída do confinamento, ensaiam em seus espaços reduzidos, na mítica colina de Montmartre.

"Trabalho em meu pequeno espaço de 30m2", explica Courtney Male, uma australiana de 23 anos, que dança no famoso cabaré há mais de um ano. "Era meu grande sonho, desde quando tinha dez anos", conta a jovem, com o cabelo preso em um rabo de cavalo, e que utiliza a chaminé como barra.

Assim como suas colegas, na medida do possível, tenta manter os mesmos horários que de costume, a mesma disciplina. Mas não tem acesso ao ginásio, nem aos espaços de ensaio do Moulin. "Faço o possível", explica à AFP. "De manhã tomo café, faço aula de francês, leio um pouco e assisto à televisão. À tarde eu treino. Barra, yoga, pilates, construção muscular. Às vezes olho vídeos na Internet para enriquecer, ou variar as minhas rotinas", relata. Ao final do dia, ela caminha pelo bairro. "Se meu treino foi intensivo, me contento com andar um pouco. É saudável tomar ar fresco. Ou vou correr". 

Mathilde Tutiaux, de 32, que dança há oito anos no Moulin Rouge, alonga-se, usando os móveis da cozinha como apoio. "Tenho sorte de ter uma cozinha aberta em minha pequena sala de estar. Posso colocar um tapete de ginástica, mas não tenho espaço suficiente para dançar", afirma. Ela encontra suas amigas às 17h, quase todos os dias, para suarem juntas, mas a distância. Isso motiva, diz Mathilde.

"Normalmente como o que quero, pois queimo muitas calorias. Agora tenho que tomar cuidado. As roupas são feitas sob medida, não posso me dar ao luxo de ganhar três ou quatro quilos. Quando você tem tanto tempo livre, é difícil não enfiar o nariz na geladeira", explica. Antes de voltar ao palco, será necessário praticar de forma intensiva, multiplicar os ensaios para verificar se "todo mundo está em perfeitas condições", explicam as dançarinas.

Os 450 funcionários do Moulin Rouge, incluindo 90 bailarinas, estão em regime de seguro-desemprego temporário desde o início do confinamento, em meados de março.


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