Novo Spielberg estreia com Globo de Ouro

Novo Spielberg estreia com Globo de Ouro

Forte concorrente ao Oscar, "Os Fabelmans", chega às telas depois de ser premiado novamente

Marcos Santuario

A infância e a adolescência de Steven Spielberg estão retratadas a partir das vivências do jovem Sammy Fabelma

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Se cinema também é a arte de contar histórias envolvendo públicos, Steven Spielberg já mostrou que sabe bem como fazer. E tem sido premiado por isso, como na última terça-feira, quando recebeu o Globo de Ouro pelo seu trabalho em “Os Fabelmans”, que estreia hoje nos cinemas. Ao lado de colegas da imprensa de várias partes do mundo vimos o filme em setembro de 2022, durante o Festival Internacional de Cinema de Toronto (Tiff). Sucesso com direito a público aplaudindo de pé. E lá estava o criador, no palco, sorridente e visivelmente emocionado. Não é para menos.O filme é uma espécie de semi-autobiografia de Spielberg e saiu do Tiff com o prêmio do público, sobrando elogios para as atuações de Paul Dano e Michelle Williams.

No centro da produção está um drama que foca na infância e na adolescência do jovem Sammy Fabelman, o alter ego de Spielberg, com a família, no Arizona. Hoje, aos 75 anos, o já consagrado cineasta co-escreveu o roteiro do filme ao lado de Tony Kushner, seu colaborador em “Lincoln” e em “Amor, Sublime Amor”. É a volta de Spielberg na criação de roteiro desde “A.I. Inteligência Artificial”.

Com sua técnica de colocar o coração do espectador batendo no ritmo de seus protagonistas, Spielberg inicia a produção com um garoto tímido do lado de fora de um cinema indo ver seu primeiro filme, “O Maior Espetáculo da Terra”, De Cecil B. DeMille. A mãe o incentiva: “Filme é sonho, querido”. E é no embalo deste sonho que o próprio Spielberg disse, no palco do Princess of Wales Theatre, em Toronto: “É algo que obviamente venho pensando há muito tempo. Eu realmente não sabia quando ia fazer isso. Não é porque decidi me aposentar e este é o meu canto do cisne”.

Com 11 prêmios Oscar na estante, o diretor de “E.T” voltou para surpreender novamente, revelando aspectos impactantes de sua própria história pessoal. Trata-se mesmo de um retrato possível de jovem norte-americano no século XX, impactado pela magia do cinema e que nele encontra a energia parra descobrir a si mesmo e aos demais. Claro que tem o ingrediente “família”, um dos que sempre moveu o imaginário de Spielberg em suas produções. E é no contexto familiar que o jovem Steven descobre um potente segredo familiar, que transforma e amadurece sua percepção dos vários mundos em que transita.

O elenco, além de contar com o talento de Michelle Williams e Paul Dano, tem ainda os nomes de Seth Rogen, Gabriel LaBelle, Jeannie Berlin, Julia Butters, Robin Bartlett, Keeley Karsten e o também indicado ao Oscar, Judd Hirsch. E em meio às atuações marcantes, o que vale mesmo é entender que não importa tanto saber o que é ou não verdade em relação à vida de Spielberg. Mas sim vale manter o foco emocional, intelectual e estético no envolvimento com um filme que é uma carta de amor ao cinema. Seja nos áureos tempos das telas grandes que envolveram e dominaram o ato de ver um filme, ou na contemporaneidade em que convivemos com as múltiplas telas. 

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